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13/06/2021 | Por Jaime Vasconcellos, Economista.

Ainda que não seja garantido, nos parece seguro dizer que os últimos números da pandemia nos apresentam um estágio decrescente da segunda onda da Covid-19 no território brasileiro. O avanço da vacinação, ainda que lento, gera efeitos positivos à vida das pessoas, menor pressão aos equipamentos hospitalares e auxilia na reabertura das atividades econômicas, sobretudo do comércio e serviços considerados não essenciais.

Se por um lado a abertura das empresas significa maior normalização do processo econômico, ao mesmo tempo nos escancara como os condicionantes do consumo estão mais frágeis em 2021. Há uma inflação maior, principalmente às famílias de baixa renda, avanço dos juros (para até mesmo garantir controle desses preços em 2022), crescimento do desemprego e níveis mais preocupantes de endividamento e inadimplência das famílias. Em suma, quando reabertos, é o bolso dos clientes que se mostra como maior limitador para a recuperação das atividades.

No âmbito empresarial esses impactos de um consumo mais fraco aliam-se a pouca previsibilidade dos setores no que tange seu funcionamento se houver novas ondas da doença. Ao mesmo tempo em que a reedição da medida, que permite a redução e suspensão de contratos de trabalho e possibilita maior fôlego aos segmentos mais fragilizados, há muita incerteza com relação a capacidade financeira que os próprios estabelecimentos terão no futuro ao serem obrigados a garantir estabilidade dos vínculos suspensos ou reduzidos pelo mesmo período em que vigeu este instituto.

Já no campo fiscal, ainda que o orçamento do país esteja sancionado, o desgaste para isso denota o confuso ambiente político brasileiro, fora que suas contingências (para não furarmos o teto de gastos) imporão muitas dificuldades a setores-chave para a sociedade, bem como diminuirão recursos para possíveis novas medidas de amparo às famílias e segmentos mais prejudicados pela pandemia e pelos impactos do isolamento social, seja por meio de transferência de renda ou de crédito emergencial direcionado.

Torcendo para que o arrefecimento da segunda onda da pandemia seja consolidado e que não tenhamos maiores picos, roga-se pela única ação prática que é a vacina. Ao mesmo tempo vamos projetando este fim do primeiro semestre de 2021 com um certo “otimismo realista”, pragmático quanto aos desafios, mas esperançoso quanto ao horizonte.

Abaixo seguem nossas projeções macroeconômicas atualizadas para 2021:
PIB: +3,2%
IPCA/IBGE: +5,3%
SELIC: 5,5%
Taxa de Câmbio: 5,40
Balança comercial: + US$ 60 bi
Vendas do varejo: +3,0%
Volume dos serviços: +3,5%


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