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03/03/2021 | Por Jaime Vasconcellos, economista.

Ainda que oficialmente o primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus no Brasil tenha sido no fim de fevereiro 2020, é agora em março que se faz um ano dos verdadeiros e severos impactos da pandemia da Covid-19 nos ambientes social, político e econômico do nosso país. Desde então foram 260 mil vidas a menos, colapso da rede de atendimento hospitalar, crise econômica e social, desequilíbrio fiscal, entre outros incontáveis cenários de imensuráveis perdas. Uma realidade impensada e que apresenta sua força também no ano que se inicia.

Os dois primeiros meses de 2021 já mostraram que o horizonte para normalização inicial dos baques de 2020 está bastante alongado. A vacinação se move ainda de forma lenta. Os impactos da segunda onda de contaminação se mostram mais fortes que a primeira. As restrições às atividades econômicas retornam ainda mais rígidas com o surgimento de novas cepas da doença e quase colapso dos equipamentos de saúde.

Na economia o PIB projetado para o ano se reduz e será positivo devido estritamente ao pífio desempenho de 2020. Com inflação, desemprego e juros aumentando, a conjuntura ao consumo se deteriora, bem como a vontade e a capacidade financeira dos agentes em retomar seus investimentos.

Na política, o bom alinhamento dos novos líderes do legislativo com a presidência cria um cenário menos conflituoso entre os poderes, mas enterra consigo uma possibilidade mais profunda de ajustes estruturais. E por fim, vivenciamos possível onda intervencionista do Executivo, criando instabilidades e incertezas quanto a uma agenda econômica factível e até mesmo quem será o responsável por liderar tal agenda.  

O que fica claro é que estamos frente a mais grave realidade de desafios à saúde e ao Social desde o início da pandemia. Nem mais o vírus é o mesmo e pior, sem articulação (que não foi vista desse o início do aparecimento de casos) e sem condições econômicas fiscais para novo amparo à economia.

As empresas e empregos que sobreviveram a 2020 possuem realidade financeira mais grave e a saída para o curto prazo, para saúde e para economia é só uma, vacinação. Medidas emergenciais de flexibilização trabalhista e de auxílio emergencial terão impacto pequeno se não houver diminuição das contaminações. Enquanto não controlarmos a pandemia não iniciaremos processo de normalização econômica. E quanto mais tempo se demora para atuar na linha de frente dos novos casos, mais leitos de atendimento se tornam insuficientes e mais medidas restritivas serão aplicadas.

Março de 2021 será muito mais difícil que março de 2020, portanto há de se resguardar na esfera pessoal contra o vírus, planejar o negócio para um mínimo eficiente de funcionamento (a depender do ramo de atividade) e buscar formas de pressão organizada para maior vacinação.

Seguem abaixo nossas projeções atualizadas para economia brasileira em 2021:

  • PIB: +3,0%                                         
  • IPCA/IBGE: +4,0%                                         
  • SELIC: 4,00%                          
  • Taxa de Câmbio: 5,20           
  • Balança comercial: + US$ 50 bi
  • Vendas do varejo: +2,5%
  • Volume dos serviços: +2,0%

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