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14/10/2020 | Por Jaime Vasconcellos, economista.

A edição de agosto da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC – IBGE), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou a aceleração no indicador de volume de vendas do comércio de materiais de construção no Brasil. Houve crescimento de 24,1% em relação ao auferido em agosto do ano passado. Com tal resultado, o volume do acumulado do ano se elevou aos 4,9% em 2020 e aos 5,1% nos últimos 12 meses.

No Estado de São Paulo o cenário se revela ainda mais positivo. Em agosto o volume de vendas avançou 27,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, fazendo com que o índice do acumulado do ano e nos últimos 12 meses crescessem respectivamente em 8,6% e 7,8%.

Já na atualização do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), o faturamento do varejo total no Brasil apresentou queda de -20,4% entre 01 de março e 03 de outubro. Todavia, o varejo de materiais de construção avançou 15,2% no mesmo período. Tais registros estão comparados com os dias equivalentes de fevereiro de 2020, com ajustes de calendário.

Os números de agosto quantificam o aumento no volume de vendas no segmento comercial de materiais de construção do Brasil e no Estado de São Paulo. Em ambas as esferas territoriais, não apenas já se compensaram as perdas sentidas nos piores momentos da pandemia, como no acumulado de janeiro a agosto há avanço significativo do indicador (em relação ao mesmo período de 2019). Inclusive pela PMC, é possível perceber que na margem houve aceleração deste crescimento.

Os motivos da demanda aquecida são conhecidos. Houve aumento no consumo em razão de obras e melhorias nos domicílios, movimento incentivado pela maior presença da população em casa. Os juros mais baixos mantiveram aquecidos os financiamentos imobiliários e a busca pelo imóvel como reserva de valor. Tais tendências estão consolidadas, a despeito do risco de seu arrefecimento com deterioração da conjuntura econômica, puxada pelo risco ao consumo das famílias com o avanço do desemprego e com o fim dos auxílios emergenciais.

Outro ponto de atenção aos empresários e consumidores é a realidade desafiadora inerente ao aquecimento da demanda, isto é, de elevação de preços na cadeia (indústria, distribuição e varejo) e até mesmo desabastecimento pontual de alguns itens. São desafios mais que relevantes à produtiva gestão empresarial, principalmente no que tange a adequação de preços, de estoques e prazos médios.


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