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21/09/2020 | Por Jaime Vasconcellos, economista.

Estamos finalizando o terceiro trimestre do ano. Para nossa economia, em breve será possível perceber por meio das estatísticas oficiais qual foi o tamanho da recuperação inicial do fluxo econômico tão afetado pelos impactos negativos e severos da Covid-19 no segundo trimestre de 2020. Depois de uma queda de 9,7% no período abril a junho, espera-se que a economia avance cerca de 7% na primeira parte do segundo semestre.

Assim como a crise afetou de forma diferente os setores econômicos, o processo de retomada também é heterogêneo. Vamos observar a análise setorial brasileira:

  1. Comércio: um dos segmentos mais impactados pelo efeitos do novo coronavírus, e do necessário isolamento social, o setor se dividiu em bons desempenhos de suas atividades essenciais, supermercados e farmácias, bons números em lojas de materiais de construção e lojas de móveis, mas derrocada severa de faturamento de atividades não essenciais como vestuário, calçados e de bens duráveis. A retomada tem o mesmo espectro de desafios aos grupos acima citados. A retirada do auxílio emergencial liga sinal amarelo ao desempenho do setor.
  2. Serviços: a atividade com maior dificuldade para recuperação. Segmentos relacionados a turismo, restaurantes, atividades imobiliárias, educação e eventos possuem graves retrações e incerta retomada. Os destaques são as áreas de tecnologia da informação, consultoria e apoio empresarial, marketing e saúde humana e veterinária.
  3. Indústria: ainda que tenha crescido 8% em julho, a produção industrial permanece 6% abaixo do patamar de fevereiro. O ritmo fraco da demanda agregada interna e a elevada capacidade ociosa trazida já de anos anteriores desafiam a retomada do ritmo de crescimento do setor. A alta taxa de câmbio também dificulta a vida dos importadores.
  4. Construção Civil: o juro baixo, evolução no lançamento e venda de imóveis, consumo “formiga” e a busca por imóveis como reserva de valor (investimento) aquecem o segmento, que possui importante poder estratégico de empregabilidade e é forte multiplicador econômico.
  5. Agricultura: foi o único setor econômico com evolução do seu PIB no segundo trimestre. O câmbio favorável às exportações e a forte demanda chinesa por insumos do agronegócio garantiram desempenho favorável. Internamente o auxílio emergencial sendo destinado a compra de mercadorias básicas auxiliaram tal processo. A tendência é o cenário ter continuidade.

Seguem abaixo nossas projeções atualizadas para 2020, bem como sua volatilidade em relação à expectativa do mês anterior:                                                                            

  • PIB: -5,5% (↔)                            
  • IPCA/IBGE: +2% (↑)                                     
  • SELIC: 2,00% (↔)                       
  • Taxa de Câmbio: 5,30 (↑)                  
  • Balança comercial: + US$ 50 bi (↔)
  • Vendas do varejo: -6,0% (↔) 
  • Volume dos serviços: -5,0% (↔)

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