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13/08/2020 | Por Jaime Vasconcellos, economista.

Depois do crescimento de mais de 20% em maio, novamente o IBGE, através da PMC, mostrou forte crescimento mensal do volume de vendas do comércio varejista de materiais de construção. Em junho o volume avançou 16,6% em relação ao mês anterior e 22,2% na contraposição a junho de 2019. Considerando o total do comércio varejista ampliado brasileiro, para efeito de comparação, observou-se crescimento de 12,6% em relação a maio e houve uma queda de 0,9% na taxa interanual. Os dados foram divulgados pelo IBGE em 12 de agosto de 2020.

Já a atualização do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), trouxe que o faturamento do varejo total no Brasil apresentou queda de -24,6% entre 01 de março e 08 de agosto, possuindo um recuo de -12,3% na última semana. Especificamente ao varejo de material de construção contou com avanço de 8,0% no período acumulado a partir de março, 36,7% na primeira semana de agosto. Este é o melhor desempenho semanal desde o início dos primeiros impactos da Covid-19. Tais registros estão comparados com os dias equivalentes de fevereiro de 2020, com ajuste de calendário.

Os cenários expostos por meio de dois indicadores de desempenho são consonantes e otimistas. As vendas do setor caíram na transição de março e abril, mas rapidamente se recuperaram, estando nas últimas semanas acima do registrado no ano passado. No acumulado do semestre, a despeito da derrocada econômica trazida pela pandemia do novo coronavírus, o volume de vendas está apenas 1,9% abaixo do visto nos primeiros seis meses de 2019. Para se ter uma ideia, o total do varejo ampliado brasileiro ficou 7,4% menor em relação ao primeiro semestre do ano passado. Os resultados de doze meses ao segmento de materiais de construção se revelam positivo em 1,4%, sendo composto de julho de 2019 a junho de 2020.

O espectro do “Faça você mesmo” intensificou as vendas às famílias que necessitavam de ajustes ou melhorias em seus domicílios. Tal cenário, aliado a juros em patamares baixos recordes, proporcionou retorno de lançamento e vendas de imóveis, bem como maior capacidade do consumidor final em tomar financiamentos. Contudo, no horizonte a cautela se dá pelo fim do auxílio emergencial de R$ 600,00, bem como pela trajetória crescente do desemprego, o que traz insegurança inclusive às atividades varejistas que possuíram melhor desempenho e recuperação frente à crise sanitária e econômica.


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