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09/07/2020 | Por Jaime Vasconcellos, economista.

Informações divulgadas esta manhã, 08 de julho de 2020, mostram que o volume de vendas do comércio varejista brasileiro de materiais de construção avançou 22,2% em maio, na referência ao mês anterior, ainda que 5,2% inferiores ao patamar do mesmo mês de 2019. Por sua vez, no ano há uma redução de 6,7% no volume de vendas, com recuo tímido de 0,6% no indicador de 12 meses. O varejo total do Brasil (comércio ampliado) avançou 19,6% no mês, mas caiu 14,9% na comparação interanual, e amarga redução de 8,6% no ano com queda de 1,0% no período de doze meses, no extrato de junho de 2019 a maio de 2020.

Com relação ao ICVA, da operadora Cielo, dados atualizados apontam que o faturamento nominal do varejo total do Brasil caiu 27,5% desde 1° de março – em comparação a fevereiro. Na semana de 28 de junho a 04 de julho a queda se fixou em -18,4%. Especificamente  no caso do varejo de materiais de construção, o recuo acumulado desde março ficou em -3,5% até junho, todavia passou a contar com um leve aumento quando se consideram os dias até primeira semana de julho, sendo o período de 28 de junho a 04 de julho marcado por um avanço portentoso de 28,3% na receita nominal de vendas.

Os balanços do IBGE e ICVA fazem parte do trabalho mensal do Sincomavi em observar importantes termômetros do desempenho do comércio varejista. Os números trazidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçam a análise que o fundo do poço foi enfrentado em abril, dando esperanças para que possamos fazer um processo de recuperação mais rápida que o esperado, ainda que com muitas perdas de desempenho, estabelecimentos e emprego.

É visível pela comparação dos números acima que as lojas de materiais de construção estão em melhor desempenho de volume de vendas da média do varejo, principalmente daquele que comercializa mercadorias consideradas não-essenciais. A queda de 6,7% no ano e de apenas -0,6% em doze meses é um alento ao se contrapor atividades tradicionais como varejo de vestuário, artigos pessoais, veículos e equipamento e materiais de escritório, informática e comunicação. O ICVA só comprova tal questão.

No caso dessa última categoria, equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, o IBGE registrou recuo de 38,2% em relação a maio de 2019, menos intenso que no mês de abril (-45,6%). No ano, o setor já registrava -25,3% até maio, maior amplitude que a registrada até abril (-22,0%). O acumulado nos últimos doze meses (-10,4%) registrou um incremento, no campo negativo, em relação a abril (-7,1%).

A economia terá um segundo semestre de recuperação. Pode não ser completa ou com o ritmo esperado, pois as oscilações serão sentidas devido ao estado grave que o desemprego, inadimplência e endividamento das famílias, bem como as contas públicas, mas veremos tendência de alta. Mais do que nunca o pragmatismo, planejamento, extensão de atendimento, boa escolha de portfólio (giro), investimento ao cliente “autoconstrutor”, no caso de material de construção, se fazem necessários.

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