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Realmente tem sido difícil falar sobre algo da esfera econômica que não seja relacionado a atual esquizofrenia vivida pela conjuntura com os impactos do novo Coronavírus. São informações latentes sobre a derrocada das bolsas de valores por todo mundo, derretimento das projeções positivas de nossa economia, crise do petróleo, crise do comércio internacional, entre outros tantos cenários negativos que nos rondam, e pior, que devem se manter pelas próximas semanas ou meses.

A despeito deste cenário corrosivo e que nos impõe atenção e a busca máxima e perene de informações macroeconômicas, setoriais e microeconômicas, cabe-nos destacar que é necessário manter olhos abertos a condicionantes diretos de nosso desempenho como comércio varejista de materiais de construção, tintas, vidros e demais mercadorias deste portfólio. Neste sentido, estamos falando da melhora recente do mercado imobiliário brasileiro. Este indicador tão relevante ao varejo citado foi um dos sustentáculos da recuperação mais forte das vendas do setor no último ano. É um processo conhecido de milhares de famílias que ao receberem seus imóveis buscam o varejo para melhorias, substituições de peças e incremento de acordo com o projeto pessoal dos seus membros.
Dados recém-divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que as vendas de imóveis residenciais no Brasil cresceram 9,7%, em 2019, na comparação com o ano anterior. Foram 130.434 unidades vendidas no ano, contra 118.893 em 2018.

Já o SecoviSP (Sindicato da Habitação) apresentou que na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) o lançamento de imóveis residenciais cresceu 37,6% em 2019 em relação ao ano anterior. Foram 65.774 unidades. As vendas de imóveis residenciais novos na mesma região, por sua vez, atingiu 54.665 unidades, aumento de 40% em relação a 2018. E somente em janeiro de 2020 as vendas na cidade de São Paulo/SP foram 42,7% maiores em número de unidades na contraposição ao primeiro mês de 2019.
Este cenário descrito ajuda a explicar por que o faturamento bruto corrente do varejo de materiais de construção cresceu mais de 10% na RMSP em 2019. Esta consonância de tendências é uma boa notícia, dado que se espera crescimento do mercado imobiliário em torno de 10% em 2020.

Logicamente, esta projeção atualmente está condicionada aos impactos das oscilações recentes e relevantes à economia brasileira, às empresas e consumo das famílias. Mas ainda há boa perspectiva. Dada esta análise, roga-se aos empresários que eles se mantenham cautelosos à conjuntura anacrônica da economia mundial e nacional, acompanhando notícias e dados de desempenho. Mas, ao mesmo tempo, é relevante ver este “turbilhão” em perspectiva e direcionar esforços onde é possível conseguir oportunidades, como as citadas acima na retomada de lançamentos e vendas de imóveis.

Por Jaime Vasconcellos, analista econômico do Sincomavi

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