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Por Jaime Vasconcellos, economista.

Prestes a entrarmos no último bimestre do ano, enfim nos parece que chegamos à definição do patamar de avanço econômico Brasileiro em 2024. Consolida-se cada vez mais a projeção de que nosso PIB (Produto Interno Bruto) avance este ano por volta dos 3%, com viés até mesmo de ficar pouco superior a este patamar.

A enorme resiliência do mercado de trabalho, o avanço do crédito à Pessoas Físicas e Jurídicas, bem como o impulso fiscal de um governo gastador foram e têm sido os principais fatores indutores desta consistente demanda agregada doméstica que vemos. E estamos falando novamente de um formato de crescimento pautado no consumo das famílias, tanto que há significativos resultados positivos nos segmentos mais próximos a este consumidor final, comércio e serviços, ainda que os segmentos que compõem cada um destes grandes setores alcancem resultados distintos entre si. 

No comércio há bons números no volume de vendas de veículos, farmácias, hipermercados e supermercados e até mesmo recuperações nos segmentos de artigos de uso pessoal e doméstico e em material de construção. Por outro lado, dificuldades ainda em vestuário, papelarias, eletrodomésticos e no comércio de combustíveis. 

O que se nota é que já foi diagnosticado que o modelo de desenvolvimento econômico de 2024 ruma para o mesmo destino do que ocorreu no passado. Demanda mais aquecida que a oferta e impulsionada por gastos públicos sempre esbarra em inflação e desequilíbrio fiscal, o que no nosso caso é o risco (ou a realidade) de mais desequilíbrio fiscal. Tanto que o avanço dos juros visa conter esse processo, mesmo que às custas de menor crescimento econômico ano que vem e em 2026.

Ainda assim, nos parece que 2024 está dado. Até o fim do ano, e passado inclusive o período de eleições municipais, o último bimestre deve ser marcado pelos eventos sazonais já conhecidos, em especial para o comércio e o segmento turístico. Todavia, para 2025 mantém-se a preocupação com relação a trajetória dos níveis dos preços e com o compromisso (ou não) do atual governo quanto à saúde de suas contas, pois são esses fatores que mais condicionam o tamanho dos juros no país. Nós, consumidores e empresários, ficamos de olho nisso, pois é no nosso bolso e no nosso caixa que deságua os impactos práticos de maiores custos de financiamento e consequente menor desempenho econômico. Em suma, o razoável crepúsculo de 2024 não tira a desconfiança do aumento de incertezas na alvorada de 2025.

Seguem abaixo as nossas projeções aos principais indicadores macroeconômicos ainda para 2024:

  • PIB: 3,0%
  • IPCA: 4,40%
  • SELIC: 11,75% a.a.
  • Taxa de Câmbio: 5,45
  • Balança comercial: + US$ 80 bi
  • Taxa de desemprego ao fim do ano (PNAD): 6,8%
  • Volume de vendas do comércio ampliado BR (12 meses): +3,7%
  • Volume de serviços BR (12 meses): +2,8%

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