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Por Karina Rehavia, fundadora e CEO da Ollo e da Social Talent, empreendedora e líder empresarial.

O modelo atual de trabalho vem se transformando à medida que surgem novas formas de colaboração. A pandemia desencadeou uma revolução no modo como  empresas e talentos se relacionam, impulsionando a Economia Open Talent (ou economia aberta de talentos), onde empresas contam com profissionais qualificados externos, fora de suas estruturas tradicionais. 

De acordo com o Google Trends – em relatório feito em 2024 sobre o papel do freelancer -, as pesquisas pelo termo “trabalho” aumentaram em mais de 2.438 por cento desde 2020. Isso reflete cada vez mais a necessidade de adaptação tanto dos profissionais quanto das empresas a estes novos cenários.

Nesse mesmo contexto, as soft skills, ou habilidades comportamentais – conjunto de habilidades mais ligadas ao perfil comportamental do profissional do que à sua formação acadêmica , são cruciais. Competências como comunicação eficaz, adaptabilidade, empatia e capacidade de resolver problemas são agora vistas como indispensáveis. Elas não só facilitam a integração e colaboração em equipes diversificadas e distribuídas, mas também impulsionam a inovação e a produtividade. 

Este é um tema que vem ganhando bastante destaque nos últimos anos, que reflete as mudanças que vêm ocorrendo no mundo do trabalho e na forma como as pessoas se relacionam profissionalmente. Estamos diante de uma mudança de paradigma. Nove em cada dez profissionais são contratados com base em suas qualificações técnicas (hard skills), mas acabam sendo demitidos por causa de seus comportamentos (soft skills). Esse dado é da pesquisa “Aprendizagem Corporativa para Construção de Futuros”, conduzida pela ODDDA (O Dia Depois De Amanhã) em colaboração com a Fundação Dom Cabral, que entrevistou gestores de RH de várias empresas.

Os resultados dessa pesquisa revelam que a capacidade de trabalhar em equipe e a  adaptabilidade são as duas características mais valorizadas para o profissional do futuro. Na sequência aparecem: orientação para resultados; domínio para tecnologias existentes e relacionamento pessoal. Note que dentre essas características, quatro são comportamentais. A pesquisa também revelou que 70% da demanda por qualificação se concentra em soft skills.

O profissional também está nessa mesma direção. Se antes salário era o que determinava sua decisão para ingressar em uma companhia, hoje o cenário é outro. Cada vez mais,  a capacidade de trabalhar independentemente do horário e localização vem sendo crucial e o número de pessoas que atuam dentro do formato Open Talent vem constantemente aumentando há anos.

Criando habilidades comportamentais: um processo contínuo e consciente 

É preciso começar por uma autoavaliação honesta para identificar pontos fortes e os que precisam de melhorias. Pedir feedback de colegas, mentores e familiares também é crucial para entender como suas habilidades são percebidas pelos outros. Além disso, buscar aprendizagem contínua é fundamental, como orientações profissionais e estratégias personalizadas e específicas para o desenvolvimento pessoal. Auto reflexão e ajustes com base nas experiências vividas também são igualmente importantes para consolidar aprendizados e identificar áreas de oportunidade de afinidade e crescimento. 

A autoavaliação tem que ser honesta e deve priorizar as habilidades que precisamos desenvolver com mais dedicação para alcançar nossos objetivos pessoais e profissionais. Numa era de automatização de processos, a IA possibilita diversas vantagens e facilidades, mas ainda não é capaz de substituir a sensibilidade e a originalidade humana. Por isso, é preciso estar atento e disposto a ouvir.


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