Desde o anúncio da possível extinção do parcelamento sem juros, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (FecomercioSP) e os sindicatos filiados, inclusive o Sincomavi, têm procurado representantes do executivo e legislativo para mostrar a importância dessa forma de pagamento para o varejo e seus impactos no consumo nacional.
Além do envio de ofício para o Ministro Fernando Haddad, em 16 de agosto deste ano, a FecomercioSP fez um levantamento, a partir de dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) e do Banco Central, que mostra que o cartão de crédito é responsável por 50% das operações de venda do varejo. Com o fim do parcelado sem juros, os principais negócios afetados serão as micro e pequenas empresas, que não possuem recursos para bancar crédito ao consumidor.
Tal participação nas vendas do parcelado foi confirmada na pesquisa realizada pela CNC junto a 6 mil empresas de vários segmentos e portes em 26 capitais e no Distrito Federal. O trabalho verificou que 47,1% dos estabelecimentos do varejo têm metade das vendas vinculadas ao uso do cartão de crédito, sem juros.
A CNC também entregou ao Ministério da Fazenda, em 28 de setembro, um estudo que embasa o posicionamento da entidade para que seja mantido o parcelamento sem juros, sem intervenção nas condições de mercado.
Em recente pronunciamento, José Roberto Tadros, presidente da CNC, comentou que o parcelamento sem juros incentiva compras e o aumento do tíquete médio das vendas, atraindo consumidores que preferem distribuir o pagamento ao longo de parcelas sem encargos adicionais. “Quaisquer restrições a essa forma de pagamento terão enormes implicações no consumo de bens duráveis”, advertiu. Em sua opinião, obstáculos para uso dessa modalidade podem causar um problema econômico de grandes proporções.