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Estudo realizado pelo Sebrae verificou que houve um aumento na abertura  de pequenos negócios no mercado nacional em setembro, com 349,5 mil novas empresas. Esse volume representa 96% dos CNPJs criados no mês e é 17% superior ao total de micro e pequenas empresas (MPE) abertas no mesmo período do ano passado. O levantamento, realizado a partir de dados disponíveis na Receita Federal, mostra que no acumulado de 2024 são 3,3 milhões novos empreendimentos, sendo 96% de MEI, micro e pequenas empresas.

Os setores que lideraram a abertura de novos CNPJs, em setembro, foram Serviços (com 222 mil novas empresas ou 61% do total), Comércio (81 mil novos CNPJs ou 22%) e Indústria (27 mil empresas ou 8%).

Apesar do número expressivo apresentado pelo Sebrae, o que preocupa é o baixo nível de sobrevivência: apenas 56% das empresas brasileiras conseguem ultrapassar os 34 meses de atividade, conforme trabalho realizado pela Asaas. E o pior, a maioria desses negócios encerram suas operações com menos de 12 meses. A categoria mais afetada são os microempreendedores individuais (MEIs), com  79%; enquanto as microempresas participam com 18% do total de fechamentos.  Os dados coletados do ano passado têm como base o Mapa das Empresas e a Receita Federal. 

Para Piero Contezini, cofundador e presidente do Asaas, as altas taxas de juros são o principal fator para esse momento da economia. “Com a Selic elevada, o acesso ao crédito se torna um desafio, especialmente para os MEIs. Isso afeta não só o consumo, como eleva a taxa de falência”, explica.

Tal cenário desafiador aos pequenos negócios pode ser melhor visualizado com a ameaça da Receita Federal de exclusão de mais de 1,1 milhão de Microempreendedores Individuais (MEIs) e quase 755 mil microempresas do Simples Nacional (leia o artigo escrito por Murillo Torelli, professor de Ciências Contábeis do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie).

Outro lado

Apesar dos percalços, o faturamento das PMEs tem aumentado, como mostra o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que acompanha dados de empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais. O indicador contou em setembro com alta de 11,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, o índice registra elevação de 5,8% frente ao mesmo período de 2023.

Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, afirma que a manutenção de sinais positivos no ambiente macroeconômico brasileiro na ótica do mercado de trabalho e renda das famílias acabou por impulsionar o desempenho das PMEs. “Ao mesmo tempo, a confiança dos consumidores, medido pelo indicador da FGV (ICC-FGV), se mostra em alta no período recente, reforçando o contexto positivo para o consumo”, ressalta.

O estudo da Omie revela ainda que o Comércio foi o segmento com melhor resultado: 19,2% em setembro na comparação anual. “A recuperação consistente nos últimos meses, tanto no atacado quanto no varejo, sugere um final de ano promissor para as PMEs do setor. Esse contexto eleva as expectativas para  o impacto de datas sazonais, como a Black Friday, na receita das empresas nos próximos meses”, explica Felipe.

Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs)
(Número índice – base: média 2021=100)


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