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Jaime Vasconcellos, economista

Dois pontos dicotômicos nos chamam atenção no ambiente macro de nossa economia neste mês de agosto. O primeiro é positivo e refere-se ao otimismo, mais traduzido em alívio de todos agentes econômicos, com a aprovação parcial da Reforma Previdenciária, da MP 881/19 (Liberdade Econômica) e com o início das discussões da Reforma Tributária. Há nestes cenários um alento importante de sobrevida às contas públicas e melhoria de ambiente de negócios.

O segundo ponto, que é o que traz cautela e até mesmo pessimismo em alguns analistas, tem como fundamento o ambiente externo apreensivo e volátil com o acirramento das relações comerciais entre Estados Unidos e China. Enquanto os americanos apresentam aumentos tarifários de 10% a mais de US$300 bilhões em bens e serviços chineses, o gigante oriental desvaloriza sua moeda, deixando seus produtos ainda mais baratos no mercado externo.

Ainda que no curto prazo as perspectivas pareçam positivas ao Brasil, principalmente com nosso agronegócio ganhando espaço na economia chinesa com possíveis sanções às exportações americanas, isso não é garantido. E principal, dado que este embate entre os dois países seja prolongado, espera-se que a economia mundial possa entrar em um processo recessivo. E isso chega ao Brasil. A tendência, com o aumento das incertezas é uma fuga de capitais dos mercados emergentes, como o brasileiro, o qual devido à recente redução da taxa básica de juros impõe atratividade ainda menor aos investimentos internacionais.

Para a análise de cenários macroeconômicos é tempo de espera. Para análise do próprio caixa ou bolso é tempo de se preparar. Ainda que seja certo mais reduções de juros, o dólar mais caro preocupa e deve impor planejamento para aqueles que negociam seus valores. O mesmo ocorre no mercado financeiro. A volatilidade fica mais latente e agora não mais apenas devido aos movimentos internos.

Dada tal análise, nossas projeções ficam:
2019

  • PIB: +0,8% (↔)
  • IPCA/IBGE: 3,7% (↓)
  • SELIC: 5,25% (↓)
  • Taxa de Câmbio: 3,80 (↑)
  • Balança Comercial: + US$ 50 bi (↔)
  • Vendas do varejo: +2,5% (↔)
  • Volume dos serviços: +1,0% (↔)
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