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Depois de gerar 7.966 empregos com carteira assinada em 2021, o ritmo de crescimento do mercado de trabalho do varejo de material de construção da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) desacelerou e marcou no ano passado um saldo positivo de 2.482 vagas. Este recuo de cerca de 70% na evolução de postos de trabalho ocorreu após o registro de 41.154 admissões e 38.672 desligamentos no acumulado dos doze meses de 2022.

No último mês do ano, houve a perda de 871 vagas na RMSP. Na cidade de São Paulo o saldo negativo foi de 459 vagas. Em ambos os casos, as quedas se mostraram mais agudas que as registradas no mesmo mês de 2021.

Evolução do saldo de empregos do varejo de material de construção – RMSP e São Paulo/SP

Fonte: Caged

Em dezembro todos os segmentos analisados pelo Sincomavi tiveram mais desligamentos que admissões de trabalhadores. Em números absolutos, os destaques ficaram para os estabelecimentos de material de construção em geral (-499 vagas) e do comércio de ferragens e ferramentas (-144 vagas).

Já no acumulado de 2022 os maiores saldos positivos de vagas ocorreram nos varejistas de ferragens e ferramentas (+947 vagas), de material de construção em geral (+516 vagas) e nos estabelecimentos de materiais elétricos (+386 vagas). Apenas os comerciantes de cal, areia, pedra, tijolos e telhas contaram com redução em seus quadros – exatos -23 postos de trabalho no ano.

“Com os números de 2022 encerrados, é importante por um lado comemorar a geração de quase 2,5 mil empregos com carteira assinada”, avalia o economista Jaime Vasconcellos. Ele lembra que são quase 10,5 mil novos postos de trabalho nos últimos dois anos. Tal quadro com o agravante de se saber que seria natural e esperado que o ritmo de avanço do quadro funcional baixasse entre 2021 e o ano passado.

“Em 2021, principalmente no primeiro semestre, o setor de material de construção se mantinha inflado pelos impactos do isolamento social, pela concentração de demanda frente às restrições de outras atividades comerciais, pelo avanço do mercado imobiliário e pela demanda aquecida, com juros e inflação em baixos patamares”, ressalta. Já o ano de 2022 foi diferente. A reabertura dos setores acirrou a concorrência, o avanço inflacionário puxou a taxa de juros em geral na economia e teve influência nos níveis de consumo. “Esta conjuntura menos favorável impactou vendas e reduziu o apetite, ou a capacidade, do setor em gerar mais postos de trabalho”, pontua Jaime.

Em sua opinião, o que vem pela frente é um ano provavelmente similar a 2022. A tendência de estabilização de preços e juros deve estacar as perdas de receitas vistas ano passado e garantir algum crescimento do emprego formal no setor. “Por outro lado, os níveis de endividamento e inadimplência das famílias podem trazer riscos em geral à economia e frear um ano que tende a ser um ano mais estabilizado”.


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