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Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) revelam que o comércio varejista de material de construção da Região Metropolitana da São Paulo (RMSP) apresentou em novembro a sua maior queda mensal desde dezembro de 2021. Foram menos 207 postos de trabalho, após 2.929 admissões e 3.136 desligamentos. Na cidade de São Paulo, isoladamente, o cenário também não foi bom. A retração de 102 empregos em outubro foi sucedida pelo corte de 160 vínculos com carteira assinada em novembro.

Evolução do saldo de empregos do varejo de materiais de construção – RMSP e São Paulo/SP

Fonte: Caged

Em seis dos nove grupos analisados foram registrados em novembro mais desligamentos que admissões. O destaque negativo ficou para os estabelecimentos de material de construção em geral (-200 vagas). Por outro lado, o comércio varejista de ferragens e ferramentas liderou as contratações na RMSP, com 100 novos postos de trabalho. Importante ressaltar que o mercado de trabalho total referenciado é composto por pouco mais de 91,2 mil postos de trabalhos ativos, segundo o Ministério do Trabalho.

Em 2022, até novembro, foram quase 3,4 mil novas vagas, após 39.181 admissões e 35.784 desligamentos. “Contudo, este desempenho é 60% inferior à geração de vagas vista no acumulado de janeiro a novembro de 2021”, ressalta o economista Jaime Vasconcellos.

Em sua opinião, os números negativos do mercado de trabalho do varejo de material de construção da RMSP não são especialmente uma surpresa em novembro. Um primeiro ponto se dá pela sazonalidade de fim de ano, período no qual boa parte dos consumidores direciona sua renda às datas especiais, que predominantemente tem maior influência de mercadorias semiduráveis e não duráveis. “Este fenômeno impacta a concentração de receita e de incremento de mão de obra, em detrimento a outras atividades do varejo, como a de material de construção”, avalia.

Outro ponto a se considerar é o arrefecimento recente do ritmo de expansão do próprio mercado de trabalho do setor. Em setembro o saldo positivo foi menor, em outubro marcou-se praticamente uma estabilidade na movimentação de mão de obra e, por fim, em novembro ocorreu mais desligamentos que admissões. “Tivemos um ano mais fraco que o anterior, até pelo desempenho negativo também das receitas do setor em relação a 2021 . A base forte de comparação, somada a uma conjuntura mais difícil de preços, juros e endividamento/inadimplência familiar justificam tal cenário desacelerado”, finaliza Jaime.


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