Dados do Índice Nacional da Construção Civil (INCC-Sinapi) do IBGE revelam que no Estado de São Paulo o custo médio do m² para a construção civil atingiu R$1.615,19 em janeiro de 2022, um avanço de 16,8% em comparação ao mesmo mês do ano anterior e de 29,5% na contraposição a janeiro de 2020.
O crescimento total foi puxado principalmente pelo grupo de custo de materiais de construção, que contou com uma elevação de mais de 50% em dois anos, passando de R$609,17 para R$919,51. Em relação à mão de obra, ocorreu um crescimento de 9% nos custos para o mesmo período, aumentando de R$638,53 para R$695,68. Em janeiro de 2021 o custo por m² com materiais cresceu 25%, enquanto com mão de obra outros 7,5%.
“Em resumo, dos R$367,59 de custo adicional por m² da construção, R$310,34, ou 85,5%, tem como origem os materiais de construção”, ressalta o economista Jaime Vasconcellos, pontuando ainda que “R$57,15, ou 15,5% do total, correspondem a majoração dos gastos com mão de obra”. Em sua opinião, esta realidade ocorreu pela junção de dois fatores: o crescimento consolidado da demanda com os impactos e transformações trazidas pela pandemia e pela ruptura de cadeias produtivas da indústria da construção civil, que se mostraram com insuficiência para atender a um volume mais forte, principalmente esta última proveniente de mudanças de hábitos com o isolamento social e incremento no número de financiamentos imobiliários com os juros mais baixos no período. “A tendência em 2022 é a continuidade deste patamar elevado do custo para a construção civil, mas com avanços mais moderados, dado inclusive pelo efeito do aumento dos juros no país, bem como já do endividamento familiar”, avalia.