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Dados mais recentes do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-IBGE) mostram que, dentre os subitens do grupo de “Reparos” deste indicador, os materiais hidráulicos lideram o avanço dos preços nos últimos doze meses, de junho de 2020 e maio de 2021, no país e na RMSP. Destaca-se que este é um período marcado pela franca recuperação da demanda e consequentemente das receitas da indústria da construção e varejo de materiais de construção em geral. Em âmbito nacional, o avanço dos preços médios deste subitem está em +36,3%. Já na Região Metropolitana de São Paulo há um crescimento de 40,2%.

Chama atenção também nacionalmente o avanço médio dos preços de tijolos (+27,7), revestimento de piso e parede (+23%), ferragens (+19,5%) e cimento (+17,7%). Na RMSP, aos subitens disponíveis para a avaliação, observa-se avanços relevantes dos preços aos consumidores no grupo de revestimentos de piso e parede (+17,5%) e nas tintas (+10,7%).

Taxa de 12 meses do IPCA/IBGE ao item de Reparos

Outro indicador inflacionário muito utilizado para avaliar a evolução do custo da construção, criado especialmente para esta finalidade, é o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI, produzido pelo IBGE e pela Caixa Econômica Federal. No Estado de São Paulo, o INCC de maio mostra que o custo médio do m² do projeto habitacional está em R$1.460,18, avanço de 16,2% em relação ao registrado em junho de 2020. O indicador é composto pela soma do custo médio com mão de obra e materiais de construção. Enquanto o primeiro subindicador avançou apenas 1,56% nesses 12 meses, o custo médio com materiais de construção saiu de R$ 619,35 para R$ 813,04 no período, crescimento de 31,3%.

INCC do Estado de São Paulo – maio de 2021

Fonte: INCC/IBGE

O economista Jaime Vasconcellos ressalta que os números apresentados, seja no IPCA ou do INCC, são de pleno conhecimento de quem está no dia a dia do setor varejista de materiais de construção, empresários, profissionais de vendas e consumidores. “Realmente houve grande crescimento do preço de produtos do setor”, reforça. E complementa: “uma inflação que normalmente é mais fácil de ser medida no consumo final, ainda mais num cenário de demanda mais aquecida que a oferta, porém que impacta não apenas o varejo, pois está distribuída pela indústria, na distribuição, até chegar no estabelecimento de venda final”.

Em sua opinião, neste cenário de demanda aquecida e de uma produção impactada pela pandemia, principalmente em 2020, quanto maior a dificuldade de reposição de mercadorias, mais caro fica o produto ao fim da cadeia, ainda mais se a matéria-prima for proveniente do mercado internacional, sujeita a oscilações do dólar e desafios de transporte. “Esta é uma realidade consolidada e que nos parece perene no médio prazo”, adverte. Ao mesmo tempo que o avanço dos preços causam alertas quanto a evolução deste consumo mais aquecido, impõe ao empresário do varejo de materiais de construção e congêneres ainda mais cuidado na compra de mercadorias, seus prazos de pagamentos, bem como precificação e promoções ao consumidor final. “Num cenário de avanço portentoso de preços, o equilíbrio entre o que é possível amenizar na margem ou repassar o custo é essencial para sustentação das vendas e manter o fluxo de caixa no azul”, finaliza Jaime.


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