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Dados do Ministério da Economia mostram que o número de acordos para suspensão de contratos de trabalho ou redução de jornadas e salário, proveniente do Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (MP 1.045), caiu 89,2% no varejo de materiais de construção, vidros, tintas e materiais elétricos da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em 2021. A comparação é feita com os dados de 2020, no qual a vigência da MP 936 permitiu o mesmo recurso às empresas e seus trabalhadores com carteira assinada.

De 28 de abril a 02 de junho de 2021 foram 3.192 acordos de suspensão ou redução de jornadas na região, enquanto em 2020 foram registrados pouco mais de 29,5 mil acordos. Como pode ser observado na tabela abaixo, setorialmente a maior queda de registro de acordos se deu no varejo de material elétrico, com -93,5% em 2021 na comparação com o ano anterior. Já os estabelecimentos de ferragens, madeira e materiais de construção continuam sendo o grupo que mais aplica tal estratégia. Em 2020 o setor foi responsável por 74,7% dos acordos e em 2021 participa com 78,5%.

Número de acordos na RMSP

Os contratos de trabalho com maior quantidade de suspensão ou redução foram os firmados com trabalhadores homens, exatamente 71% dos 3,2 mil acordos registrados na RMSP.

Distribuição do número de acordos por gênero do trabalhador

Fonte: Ministério da Economia

Em relação à idade, a maioria se encontra na faixa etária dos 30 aos 39 anos: 911 acordos, ou 28,5% do total. Os vínculos com trabalhadores dos 40 aos 49 anos ficaram na segunda posição (24,5%).

Distribuição do número de acordos por faixa etária do trabalhador

Fonte: Ministério da Economia

“Ainda que pareça estranho comparar uma medida, ainda que similar, mas que durou 8 meses em 2020 contra apenas praticamente o mês de maio de 2021, é importante destacar que a queda de quase 90% dos números de acordos se dá por contrapormos períodos distintos, bem como realidades distintas, entre o momento inicial dos impactos da Covid-19 e o cenário após mais de um ano da pandemia”, comenta o economista Jaime Vasconcellos. Em sua análise, ele lembra que em abril e maio de 2020 os fortes impactos socioeconômicos da doença e das restrições às atividades criaram um abrupto movimento de paralisação econômica, principalmente de investimentos, consumo e produção. Isso impactou o mercado de trabalho, gerou incertezas, prejuízos e difíceis perspectivas. “Neste sentido a redução e a suspensão de contratos de trabalho, e até mesmo desligamentos de funcionários, se revelaram mais significativas e visualizadas”, ressalta. “Passados os primeiros meses de impacto da pandemia, o que se viu ao varejo de materiais de construção foi uma forte e consolidada demanda ao setor, o que dura até hoje”. O faturamento mais elevado das empresas do setor, com evolução contígua de sua empregabilidade, justifica a pouca adesão do setor aos institutos da MP 1.045.


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