A Fundação Getulio Vargas (FGV) registrou uma queda de 0,5 ponto em fevereiro no Índice de Confiança da Construção (ICST) – o segundo recuo consecutivo. Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção FGV IBRE, está ocorrendo uma deterioração na percepção do ambiente atual de negócios do setor. “Vale notar que esse movimento não está relacionado a uma perda de fôlego da demanda, pelo contrário, a sondagem aponta que a preocupação dos empresários com a demanda insuficiente diminuiu nos últimos 12 meses. Por outro lado, o aumento dos preços dos materiais de construção tem limitado a melhora dos negócios, refletindo na confiança do setor”.
É importante ressaltar que o estudo realizado pelo FGV mostra que essa queda na confiança não ocorreu em todos os segmentos. No caso do mercado imobiliário, a expectativa se mostrou mais positiva para Edificações Residenciais. Em Preparação de Terrenos, um segmento antecedente da atividade, a melhora na percepção corrente foi ainda mais expressiva. “Entretanto, vale destacar a deterioração das expectativas das construtoras da área habitacional, sinalizando dificuldades para a continuidade da retomada”, finaliza.
Consumidor
Ocorreu também um crescimento no Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da FGV IBRE. Após quatro quedas consecutivas, esse indicador contou com uma elevação de 2,2 pontos em fevereiro, passando para 78 pontos. Viviane Seda, coordenadora das Sondagens do FGV IBRE, atribui esse resultado ao início da campanha de imunização contra a Covid-19 e a possibilidade de reedição do auxílio emergencial. “Os níveis de confiança, no entanto, continuam baixos e a sustentação de uma tendência de alta dependerá de fatores como a velocidade da vacinação, da evolução dos números da pandemia no Brasil e, principalmente, da recuperação do mercado de trabalho, algo difícil no primeiro semestre de 2021, considerando-se a grande dificuldade que será novamente enfrentada pelas empresas do setor de serviços, segmento que mais emprega no país”, avalia.
