Espaço Publicitário

>> Link para o vídeo completo no fim da matéria

O Feiconnect Club fechou seu último dia de programação, em 18 de novembro, com o debate “Dicas para aumentar suas vendas no cenário atual”, especialmente idealizado para as micro, pequenas e médias empresas do varejo de material de Construção. O evento online gratuito, com tutoria do Sincomavi, serviu para traçar um panorama do momento pelo qual passa o setor, apresentar a influência da pandemia na mudança de hábitos do consumidor e revelar possíveis caminhos diante da instabilidade de mercado.

Com a participação de Jaime Vasconcellos, assessor econômico do Sincomavi, Patrícia Cotti, diretora executiva do Ibevar, e Náiade Barbosa, digital manager da Obramax, a primeira parte do programa teve como objetivo contextualizar o momento do varejo, sobretudo de material de construção. Jaime Vasconcellos comentou sobre os bons números alcançados pelo setor perante outros segmentos do comércio durante a pandemia, segundo dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Em setembro, o aumento de vendas acumulado chegou a 8%, sendo que no Estado de São Paulo esse resultado foi superior: 12%”, ressaltou. O mercado de trabalho também reforçou essa percepção de recuperação rápida do setor, pois dados do Caged mostram que o varejo de material de construção está com um saldo positivo no ano de 27 mil postos com carteira assinada. “Essa retomada ocorreu por uma série de fatores, como melhorias nas casas, adaptações para o home office, linha faça você mesmo, e do mercado imobiliários, vendas e lançamentos, por causa da queda na taxa de juros do financiamento”, argumentou. Além disso, houve a influência benéfica dos recursos dos auxílios emergenciais liberados pelo Governo Federal.

Apesar desse cenário positivo, Jaime relembrou os dois “abacaxis” que comerciantes e consumidores estão tendo que enfrentar: o aumento expressivo de preços (inflação setorial) e o desabastecimento. Em sua opinião, houve um descompasso entre a velocidade em que consumo e produção voltaram. “Com a baixa oferta e forte demanda, a majoração nos preços do setor se mostrou algo muito natural”, avaliou. O câmbio também foi outro ponto citado como negativo – uma vez que direcionou parte da produção brasileira de materiais para o mercado externo.

Hábitos

Patrícia Cotti, diretora executiva do Ibevar, relembrou o impacto causado com a decretação do confinamento. “Foi algo sem precedentes, com reflexos nas pessoas e empresas”, advertiu. E complementou: “Diante de grandes mudanças existe a tendência de se evitar riscos”. No entanto, mesmo em ambientes hostis, o ser humano acaba por se acostumar com a situação e a entender os caminhos que pode seguir. “E o consumidor fez isso”, ressalta Patrícia.

Ela pontuou ainda as mudanças sofridas nos hábitos de consumo. Entre os destaques, a revalorização da casa e de seus ambientes e mudança voluntária para regiões mais afastadas. Ou seja, as pessoas passaram a ter uma visão diferente em relação aos seus lares. “Entender essas categorias transformações se mostra muito importante, pois não são utilizados mais os mesmos valores de antes”. É preciso analisar os últimos meses com um olhar mais crítico, pois, em sua opinião, muitas das alterações sofridas pelo segmento vieram para ficar. O consumo formiguinha, faça você mesmo e a produção caseira foram verificadas em todos os ramos. No caso de material de construção, houve uma busca pela adaptação da casa às novas necessidades impostas pela pandemia, como o home office. Por outro lado, as pessoas passaram a cozinhar ou se exercitar em casa. Ao encontrar prazer nessas atividades, os consumidores incorporaram esse comportamento às suas rotinas. Além disso, ocorreu também uma valorização dos espaços da família. Tudo isso junto acaba por proporcionar uma nova visão de como devem ser as residências: mais confortáveis, práticas, completas e com ambientes mais abertos e seguros.

Essa segurança em relação à higiene também deve ser percebida nos pontos de venda. Patrícia citou um estudo norte-americano no qual um dos indicadores mais valorizados foi a “aparência de loja limpa”, o que cria uma imagem de confiança perante os consumidores. Ela também reforçou a importância da digitalização pelo setor.

Digital

Náiade Barbosa, por sua vez, revelou como a Obramax conseguiu reagir rapidamente diante dos obstáculos impostos pela quarentena em razão de sua estrutura omnichannel. “Sofremos um pouco no período em que ficamos fechados. Foi um susto!”, admitiu. O primeiro atacarejo de material de construção, que concentra boa parte de suas vendas em produtos básicos, está acostumado a prestar um atendimento presencial no qual o consumidor se dirige ao ponto de venda para testar o produto. Conseguir suprir essa necessidade se revelou um desafio. No entanto, os resultados se apresentaram bastante positivos: crescimento nas vendas de 300% em relação ao ano passado. As ferramentas digitais utilizadas pela empresa foram fundamentais para esse desempenho. Náiade faz questão ainda de lembrar que empresas de micro e pequeno portes estão entre os clientes principais da Obramax. Durante a quarentena, houve a preocupação de suprir esses lojistas de informações para enfrentar o novo cenário.

Ela reforçou durante o debate a importância dos lojistas em marcar presença online, o que não significa a necessidade de grandes investimentos: “os empresários podem abrir lojas dentro do Facebook e Instagram totalmente gratuitas”. Em relação ao comércio eletrônico, ela lembrou ainda que estão disponíveis várias ferramentas de baixo custo. Por fim, fez a recomendação de redobrar a atenção no pós-venda. “O top of mind é conquistado no pós-venda”, advertiu.

No final do encontro, a preocupação do público girou em torno de um possível recrudescimento na quarentena, cogitando-se inclusive um novo lockdown. Os debatedores foram unânimes: o mercado já está preparado para essas condições adversas, pois não existe mais nenhuma novidade. Todas as empresas já definiram minimamente caminhos para manter o funcionamento de suas lojas e o atendimento de seus clientes.


Espaço Publicitário