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12/06/2020 | Por Jaime Vasconcellos, economista.

Não há um bate-papo de economistas que não seja debatida como será a retomada da economia brasileira. É uma sopa de letrinhas para projetar o formato da curva (ou reta) de crescimento. Fala-se em um formato “U”, “V”, “W” e até mesmo uma analogia ao logotipo da fabricante de mercadorias esportivas Nike. Esse é um exercício lúdico dos analistas econômicos vislumbrando um processo de avaliação temporal para, ainda que no meio do turbilhão, prever como será visto futuramente todo o processo que estamos passando.

E vamos entrar em tal seara. Ainda que seja uma projeção simplista, nos parece que a crise econômica trazida pelo novo coronavírus será em formato do “Sinal de Visto” (P), ou Check. Ele demonstra uma derrocada aguda e rápida do fluxo econômico, típico de um choque de demanda e de oferta, e uma retomada longa e lenta. A angulação da segunda perna do “V” é menor. Isso demonstra o porquê se espera que a economia brasileira caia próximo dos 7% em 2020 e só vá retomar patamar pré-crise após 2024.

Antes de qualquer aprofundamento de análise, importante ressaltar que nem o recuo da economia e nem seu processo de recuperação é linear. Há oscilações inerentes à dinâmica econômica, como: Impactos do ambiente político, crises setoriais, oscilações geopolíticas, crises especulativas, e até mesmo o clima atmosférico. Ou seja, há uma gama de variáveis que fazem a primeira e a segunda perna do “P” serem trêmulas. Ainda mais no Brasil, onde o ambiente de negócios é tomado pela burocracia, informalidade, corrupção, dislexia política e desigualdade socioeconômica.

Obviamente não há certeza de qual processo viveremos na retomada econômica. As projeções são baseadas em nossa realidade estrutural e conjuntural. O que se sabe é que a recessão trará o que sempre trouxe: falências, desemprego, mazelas sociais e necessidade brutal de planejamento macro, micro e político. E todos sairão prejudicados, população, empresários, setor público etc.

O que se espera é eficiência dos pacotes financeiros, principalmente no atingimento aos mais vulneráveis. Outro ponto vital é a necessidade de algum compromisso com o futuro. Atacar as necessidades atuais ajudarão garantir ao menos capacidade de subsistir dignamente aos próximos duros meses.

 Seguem abaixo, nossas projeções atualizadas para 2020:                                                      

  • PIB: -6,5% (↓)                                              
  • IPCA/IBGE: +1,5% (↓)                                              
  • SELIC: 2,25% (↔)                             
  • Taxa de Câmbio: 5,50 (↔)              
  • Balança comercial: + US$ 40 bi (↑)
  • Vendas do varejo: -8,0% (↔)         
  • Volume dos serviços: -6,0% (↔)

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