Muitos empresários estão adiando a decisão de ter uma presença digital mais efetiva e a cada dia que passa esse espaço vai progressivamente sendo ocupado pela concorrência. Hoje, mais que um fator estratégico, esse posicionamento tornou-se uma questão de sobrevivência, principalmente em relação às micro e pequenas empresas.
As ferramentas para essa transformação digital já estão à disposição dos comerciantes do setor há muito tempo. O Sincomavi, por exemplo, firmou parcerias com grandes players de mercado para permitir uma implantação mais rápida, econômica e menos traumática. Os acordos firmados com a B2W Marketplace, Estoque Parado, UContent e BizCommerce garantem condições especiais às empresas do segmento e caminham nesse sentido. Além disso, a entidade realizou durante os últimos dez anos uma série de eventos e ações para demonstrar à categoria a importância de ingressar no universo digital.
Previsão: aumento maior da concorrência
A Amazon, que chegou de forma até certo ponto tímida ao Brasil, passou a intensificar suas ações em território nacional ao inaugurar o Centro de Distribuição em Cajamar (SP), com 47 mil metros quadrados, em janeiro de 2019, e melhorar as condições para os clientes do Amazon Prime – entrega gratuita nas compras dos produtos comercializados pela própria empresa.
Todo esse interesse da Amazon pelo mercado brasileiro se deve ao potencial já apresentado. A 40ª edição do Webshoppers, estudo produzido pela e-bit e Nielsen, revela que o e-commerce nacional cresceu 12% no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior. O faturamento superou a casa dos R$ 26 bilhões. Houve ainda aumento expressivo no número de pedidos se valendo do mesmo tipo de comparação. Nos primeiros seis meses de 2018 foram feitos 54,4 milhões de pedidos. No primeiro semestre desse ano, esse volume saltou para 65,2 milhões.
É preciso ainda lembrar que a economia brasileira estava praticamente estagnada no período de mensuração e atualmente dá sinais seguros de aumento na demanda. Com isso, o interesse em ampliar as atividades no Brasil deve crescer significativamente, seja no comércio eletrônico ou no físico.
Grande variedade
Para muitos, as movimentações de Amazon, Magazine Luíza, Mercado Livre ou B2W não têm o poder de influenciar diretamente seus negócios. A tese é que, em razão das características dos produtos comercializados (peso, tamanho, composição etc.), modelo de atendimento, nicho ou mercado local, a operação estaria a salvo de qualquer tipo de impacto. No entanto, é preciso observar que esses empreendimentos, sobretudo os marketplaces, não avançam apenas com as próprias forças, mas concentram a dedicação e empenho de milhares de parceiros, inclusive de fornecedores com a venda direta.
A oferta de produtos no comércio eletrônico vem se transformando rapidamente, motivada pelo interesse do consumidor. O ranking de frequência de compra no comércio eletrônico pode comprovar essa nova realidade de mercado. No primeiro semestre de 2019, segundo dados do Webshoppers, o setor de construção, por exemplo, se encontra dentro da categoria “heavy user”, com desempenho superior a casa e decoração, informática e telefonia. Fato que não deixa de ser impressionante em razão das características dos produtos comercializados pelo setor.
Uma rápida navegação por Amazon, Magazine Luiza, Submarino e Americanas já revela a oferta de vasos sanitários, torneiras, aquecedores, portas de alumínio e, até mesmo, revestimentos. As linhas com menores taxas de lucratividade continuam na mão de revendedores especializados, mas são encontradas também sem muito esforço na internet, caso dos materiais básicos.
Presença digital: canais alternativos
Além das plataformas de marketplace, o comerciante precisa ficar atento aos sites de busca e redes sociais, que respondem hoje por 25% e 19% das indicações de compra na internet, respectivamente. Dados do Webshoppers mostram ainda que Facebook (53%) e Instagram (32%) têm predomínio dentro das redes sociais quando o tema é motivação de compras. Para entender a extensão da oferta de produtos no Facebook, por exemplo, basta acessar a área de marketplace e fazer uma pesquisa básica. É possível adquirir itens novos e usados de vários segmentos, como material de construção, computadores, bicicletas, balança comercial etc.
Independentemente do tipo de operação, o empresário do varejo deve marcar imediatamente sua presença digital na internet. As modernas ferramentas de comercialização, pagamento e divulgação podem não só garantir a sobrevivência do negócio, mas ampliá-lo. É necessário lembrar que as novas gerações de consumidores possuem hábitos diferentes: não têm fidelidade com marcas, desejam tudo rápido e prático, gostam de canais alternativos, anseiam por novas experiências (aplicação de produtos) e não fazem diferenciação entre online e offline. Em outras palavras, o mercado ainda está cheio de oportunidades. No entanto, é preciso agir.