Com relação ao desempenho de nossa economia, fica cada vez mais claro que já se pensa em 2020. Diz-se isso pois, como temos demonstrado nesta análise macroeconômica mensal, a Carta de Conjuntura outubro/2019, se sabe com boa precisão como fecharemos o atual ano. Ainda que tenhamos razoável frustração com o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), devido a uma morosidade na retomada de importantes variáveis como consumo, investimento, emprego formal receitas setoriais, bons pilares nos dão esperança maior para o ano que vem.
O primeiro dos bons sustentáculos para 2020 é a inflação baixa. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, deverá ficar próximo dos 3% em 2019. Ainda que este baixo patamar seja resultado de um fenômeno ruim, uma demanda arrefecida, ele permite que o poder de compra de famílias e empresários esteja menos impactado pelo aumento geral dos preços. E além de possibilitar projeções mais otimistas a renda e investimentos, libera-nos para uma política monetária expansionista em médio e longo prazo.
Maior ritmo econômico
Este último ponto nos permite avaliar o segundo bom pilar econômico para 2020, isto é, a taxa básica de juro da economia. Espera-se que a Selic termine o ano de 2019 aos 4,75% ao ano. Além de ser a menor taxa desde 1997, esse juro baixo possibilita melhoria da atividade econômica por meio de um crédito mais barato a famílias e empresários. O que se espera é que ocorra essa influência nos canais de crédito dos bancos comerciais.
Estes dois indicadores citados, com a tendência apresentada, criarão possibilidade de maior ritmo da atividade econômica em 2020. Não é nada fenomenal, mas algo que pode nos fazer crescer num ritmo dobrado ao que se projeta para o atual ano. Neste sentido, reformas estruturais, equilibro fiscal, concessões e um mercado internacional mais calmo podem ser potencializadores desta aceleração, ou freios a mesma. Espera-se que as decisões políticas estejam em consonância a uma reestruturação do ambiente social e econômico necessário para que possamos acelerar e manter algum nível não apenas de crescimento, mas de desenvolvimento de nossa sociedade.
Dada tal análise, nossas projeções ficam:
Para 2019
Por Jaime Vasconcellos, economista