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A inteligência artificial (IA) consolidou-se em 2025 como elemento central das operações empresariais. O que antes era tratado como promessa de inovação passou a integrar a estrutura operacional de companhias de diferentes setores. No entanto, apesar do avanço, a maturidade no uso da tecnologia ainda é desigual no país.

De acordo com a pesquisa Panorama 2026, da Amcham Brasil e Humanizadas, a IA é considerada prioridade número um para o próximo ano. Mesmo assim, 77% das empresas destinam até 2% de seus orçamentos à tecnologia. Apenas 9% afirmam investir acima de 5%, e somente 3% conseguiram transformar a inteligência artificial em novas receitas ou vantagem competitiva. “A empresa que não investir nem aprender a criar modelos e processos a partir das oportunidades tecnológicas que a IA oferece desde já abrirá uma lacuna que poderá inviabilizar a competitividade do seu negócio”, afirma Marcelo Rodrigues, diretor executivo de Inovação e Novos Negócios da Amcham Brasil.

A tendência mundial, segundo o especialista em inovação digital Luis Molla Veloso, é tratar a inteligência artificial como produto e não como projeto experimental. “As empresas que ganharam em 2025 foram as que trataram IA como programa de produto, com métricas de custo por tarefa, governança de dados e hipóteses de retorno validadas em produção”, explica. Ele destaca ainda que o diferencial competitivo está na capacidade de mensurar resultados e integrar a tecnologia à rotina de negócios.

Na prática, o impacto da IA tem sido mais visível em áreas voltadas ao relacionamento com o cliente. O levantamento da Amcham mostra que 59% das empresas a utilizam em atendimento e experiência do consumidor, e 54% em marketing e vendas. Em funções estratégicas, como finanças e planejamento, o uso ainda é limitado. Essa concentração reflete a visão da IA como ferramenta complementar, e não como motor de transformação estrutural.

Entre os exemplos de sucesso, grandes companhias nacionais demonstram ganhos de eficiência e personalização. A Ambev utilizou IA preditiva para rotas logísticas, o Itaú reduziu em 40% o tempo de atendimento com agentes inteligentes e o Magazine Luiza aumentou conversões ao personalizar ofertas em múltiplos canais. Casos como esses evidenciam que a tecnologia, quando aplicada com planejamento e métricas claras, pode elevar produtividade e rentabilidade.

No entanto, os obstáculos permanecem. As principais barreiras apontadas pelas empresas são a falta de capacitação técnica (64%), ausência de estratégia definida (52%) e baixa qualidade dos dados internos (43%). Para Marcelo, da Amcham Brasil, os entraves não são apenas tecnológicos. “Os maiores desafios são humanos e organizacionais. A dificuldade em executar a estratégia e a resistência cultural superam as limitações de acesso à tecnologia”, afirma.

A expectativa é que 2026 marque uma nova etapa: a da mensuração da inteligência artificial com o mesmo rigor aplicado às receitas e resultados operacionais. Em um cenário cada vez mais competitivo, empresas que integrarem a tecnologia aos seus processos e cultura terão maior capacidade de adaptação, inovação e crescimento sustentável.


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