Realizado ontem, 01 de outubro, durante o Congresso Abrafati 2019, no São Paulo Expo, o Fórum “Vendendo Tintas no Mundo Atual” contou com apresentação de Glenda Eilo, diretora Global de Marketing para Tintas da Eastman, e de lideranças brasileiras do setor, como: Reinaldo Pedro Correa, presidente do Sincomavi; Douver Martinho, conselheiro da Abrafati e presidente do Sitivesp; Marcos Gabriel Atchabahian, presidente do Conselho Deliberativo da Anamaco; e Ricardo Santaguita, presidente da Artesp.
Antes de fazer a apresentação sobre os novos hábitos de consumo de tintas imobiliárias, Glenda deu detalhes sobre as operações mundiais da Eastman, que faturou em 2018 cerca de US10 bilhões, conta com quatro unidades, 14.500 colaboradores e atende consumidores em mais de 100 países diferentes.
Os principais objetivos da pesquisa realizada pela Eastman, que serviu de base para os debates no evento, foram definir hábitos de consumo, expectativas em relação ao produto, influências na compra e como é feito o processo de escolha da tinta. O estudo envolveu cerca de cinco mil consumidores dos mercados norte-americano, chinês, mexicano, francês e turco. A primeira consideração: o aumento na urbanização no mundo, ponto que influi decisivamente o modo de compra da população. Na China, por exemplo, a previsão é que o número de habitantes em centros urbanos se eleve em 23%. O mesmo fenômeno deve ocorrer na Índia (26%), Europa (4%), Estados Unidos (16%) e América Latina (17%).
A preferência na hora da aquisição, segundo a pesquisa, é por tintas capazes de absorver odores (76%), elementos nocivos (75%) ou formaldeídos (72%) e feitas a partir de materiais digeríveis aos seres humanos (57%). Em outras palavras, os hábitos de consumo de tintas passaram por uma verdadeira transformação. Isso pode ser atribuído em parte a visão de vida diferente das novas gerações.
Preferências
Pegando como exemplo os Estados Unidos, Glenda demonstrou o poder da geração Y (millenials), que hoje conta com 72 milhões pessoas naquele mercado. Em relação às tintas imobiliárias, esse público se mostrou não fidelizado (64%), são motivados por ideias (52%), confiam na opinião e dicas de profissionais (50%), dão importância a produtos sem odor (49%), buscam informações nas mídias sociais (46%) e estão preocupados com o preço (39%).
Glenda citou ainda exemplos de como os varejistas estão enfrentando o desafio de sensibilizar esses novos consumidores, como as campanhas da Leroy Merlin (Itália) e Home Depot.
Em seguida os convidados repassaram sua visão sobre o mercado nacional, Reinaldo Pedro Correa, presidente do Sincomavi, ressaltou a validade da pesquisa e como os hábitos estão se alterando no Brasil, mas de forma mais devagar. Além disso, ele comentou que existe uma grande dificuldade dos empresários do setor, principalmente de micro e pequeno portes, em atuar de forma correta em relação ao comércio eletrônico e marketing digital. “É preciso uma integração maior entre indústria e comércio para isso funcionar”, advertiu. Em sua opinião, os fornecedores precisam assumir uma posição de liderança no processo. Sem essa ajuda, tudo será muito moroso.