O mercado de trabalho do varejo de material de construção apresentou novamente mais desligamentos que admissões na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), segundo o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Os números são de novembro, quando foi registrado um saldo negativo de 25 vagas, resultado de 3.270 admissões e 3.295 desligamentos. Este recuo, inclusive, ocorreu após a perda de outras 374 no mês de outubro.
Na capital paulista o cenário foi similar, isto é, os 201 vínculos empregatícios com carteira assinada extintos em outubro somaram-se à perda de outros 101 nesta última divulgação do Caged.
Evolução do saldo de empregos do varejo de material de construção – RMSP e São Paulo/SP
Fonte: Caged
Dentre os segmentos analisados, o comércio varejista de material de construção respondeu isoladamente por esse retrocesso de 25 vagas na soma dos ramos econômicos ao perder 123 postos de trabalho no período. Este foi o único grupo com saldo negativo em novembro. Por outro lado, em números absolutos, o destaque positivo ficou para os estabelecimentos de material hidráulico, com acréscimo de 25 vagas.
Mesmo com dois meses no negativo, no acumulado dos onze primeiros meses de 2024, o setor somou cerca de 2,2 mil empregos ao mercado de trabalho da RMSP, que é formado por quase 97 mil vínculos ativos. Dentre os segmentos avaliados, os destaques são o varejo de ferragens e ferramentas, com +644 vagas, e o de madeira e artefatos, com acréscimo de 422 vagas.
O economista Jaime Vasconcellos, comenta que, depois de um forte saldo negativo de vagas em outubro, a redução de 25 vagas no mês seguinte aponta para praticamente uma estabilidade num mercado de trabalho formado por quase 100 mil vínculos. “Tal resultado é quase um alento”, ressalta. “Na verdade, o último trimestre do ano é conhecido por movimentos arrefecidos na movimentação de mão de obra formal no comércio de material de construção, até por um certo ajuste de demanda, que nesta época do ano se direciona para outros segmentos varejistas mais ligados às datas especiais, bem como o setor de serviços, puxado por lazer e turismo”.
Em sua opinião, esta sazonalidade apenas está sendo sentida novamente e, diferentemente do mês anterior, em novembro acabou sendo vivenciada de forma menos aguda. “Isso porque no mesmo mês de 2023 (conforme o gráfico acima), as perdas de empregabilidade se mostraram mais significativas”.