Como já era esperado, em outubro ocorreu no comércio varejista de material de construção da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) uma queda no nível de empregabilidade, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Foram 372 vagas cortadas, após o registro de 3.899 admissões contra 4.271 desligamentos. Com isso, o estoque do setor passou a contar com 96.763 vínculos empregatícios ativos.
Especificamente na capital paulista, a redução apontada em outubro chegou a 202 empregos com carteira assinada e, assim como na Região Metropolitana, este foi o primeiro saldo negativo registrado no ano.
Evolução do saldo de empregos do varejo de material de construção – RMSP e São Paulo/SP
Fonte: Caged
Observando mais detidamente cada segmento varejista, é possível verificar que o resultado negativo geral ocorreu especialmente pela perda de 487 vagas nos estabelecimentos que pertencem ao CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) do varejo de material de construção em geral, seguido das empresas que comercializam madeira e seus artefatos, que retrocedeu em 44 postos de trabalho. Também o setor de tintas e material para pintura reduziu o nível de empregabilidade no período. (-13 vagas).
Os números negativos de outubro amenizaram o cenário amplamente positivo de 2024 que agora aponta para um crescimento de cerca de 2,2 mil novas vagas no varejo de material de construção da RMSP. Neste sentido, é importante ressaltar que de todos os segmentos avaliados, o melhor resultado absoluto provém do comércio varejista de ferragens e ferramentas, que evoluiu em 637 novos vínculos formais neste ano.
“Como pode ser observado no gráfico da evolução mensal do saldo de empregos do varejo de material de construção da Grande São Paulo, era até esperado novamente o efeito da conhecida sazonalidade negativa do setor nos últimos trimestres”, ressalta o economista Jaime Vasconcellos. Em geral, é um período em que há um direcionamento da demanda para outros ramos do varejo, em especial aqueles ligados às datas especiais, como o Dia das Crianças, Black Friday e Natal. “Este cenário estava em nosso horizonte e já mostra seus primeiros sinais”, admite.
Para Jaime, talvez o que mais chame atenção não seja propriamente o saldo negativo, mas o tamanho desta retração. Em outubro de 2024 a perda de vagas foi superior em 170% em relação ao mesmo mês do ano passado. “Em um ano no qual foi possível ver de forma consistente a evolução do mercado de trabalho do setor, até em consonância com o ritmo de 2023, os números de outubro, e em especial do último trimestre, precisarão ser observados de perto para compreendermos se a amplitude das oscilações são pontuais ou realmente significam um arrefecimento do ritmo do mercado de trabalho”, avalia. É importante adiantar que, frente a preços mais elevados em geral ao consumidor e devido ao encarecimento do crédito, é esperado a ocorrência de tal fato em algum momento, em especial para 2025.