A alta de 0,44% do Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), em novembro, ficou abaixo da verificada no mês anterior (0,67%). Apesar desse resultado favorável, o indicador apresenta ainda tendência de aumento nos custos do setor de construção. A taxa acumulada em 12 meses chegou a 6,08%, o que demonstra avanço em comparação com novembro de 2023, período no qual ficou em 3,33%.
O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços sofreu uma elevação de 0,37% em novembro – patamar inferior ao registrado em outubro (0,72%). O mesmo fenômeno ocorreu com o componente de Mão de Obra que caiu de 0,60% em outubro para 0,54% em novembro.
Somente a categoria Materiais e Equipamentos, que faz parte do grupo mencionado no parágrafo acima, teve uma variação positiva de 0,40%, com materiais para instalação subindo 0,66%, para estrutura, 0,42% e para acabamento, 0,16%. Entre os produtos, os principais aumentos foram registrados em condutores elétricos (2,09%) e vergalhões e arames de aço ao carbono (1,12%). As quedas ficaram por conta de placas cerâmicas para revestimento (-0,64%), massa corrida para parede – PVA (-0,62%), impermeabilizante (-0,49%) e tela alambrado/gradil metálico (0,48%).
Baixa na confiança
Já o Índice de Confiança da Construção (ICST) apresentou uma queda de 1,5 ponto em novembro e atingiu 95,7 pontos. Tal desempenho se mostra bastante negativo, uma vez que é o pior nível alcançado pelo indicador desde abril deste ano (95,2 pontos).
Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, comenta que, em novembro, a cautela sucumbiu ao pessimismo: “a confiança setorial desceu um degrau distanciando-se do patamar que denota percepção otimista, seja em relação à situação corrente ou aos próximos meses”. Ela lembra ainda que esse movimento não representa enfraquecimento da atividade, que ainda segue forte refletindo o ciclo de negócios recentes – o indicador de Evolução Recente da Atividade tem se sustentado acima dos 100 pontos há cinco meses. “Por trás da avaliação mais negativa do momento atual, estão as dificuldades com a falta de mão de obra qualificada e a consequente elevação dos custos, que estão afetando cada vez mais empresas. Mas a perspectiva de um cenário mais difícil nos próximos meses já reflete na piora das expectativas,” finaliza.