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Depois de um longo período, o Índice de Confiança Empresarial (ICE), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), sofreu queda de 0,8 ponto em setembro, atingindo 96,9 pontos. No entanto, em médias móveis trimestrais, ocorreu um avanço de 0,2 ponto. Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas do FGV IBRE, comenta que o resultado é um reflexo do movimento marcado por elementos de acomodação e cautela nas expectativas. Em sua opinião, tal fenômeno está ligado ao nível moderado de atividade econômica, e manifesta-se nas sondagens pela piora da percepção sobre a demanda. “Já o enfraquecimento das expectativas para a situação dos negócios nos próximos seis meses pode estar relacionado à elevação da taxa referencial de juros em setembro, para 10,75%, após ter permanecido estável em 10,50% desde o início de maio”, avalia.

Alta no comércio

Por outro lado, o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) contou com uma elevação de 1,1 ponto para o mesmo período de análise. A economista Geórgia Veloso explica que a confiança no comércio tem registrado oscilações nos últimos meses, em meio às incertezas quanto ao cenário futuro. “O índice de expectativas tem variado de forma instável, ao passo que o índice de situação atual, que sofreu uma queda acentuada em maio em decorrência do desastre ambiental ocorrido no Rio Grande do Sul, vem apresentando uma recuperação gradual, retornando ao nível observado em março deste ano”.

Já o indicador que mede o “humor” do setor de serviços sofreu uma queda de 0,8 ponto em setembro, para 93,8 pontos – o menor nível desde maio do ano passado. “O resultado da confiança de serviços é consequência da piora em todos os principais segmentos da pesquisa, mas ainda assim o terceiro trimestre termina com tendência de estabilidade”, ressalta o economista Stéfano Pacini. Ele lembra ainda que o volume de demanda foi mais baixo no mês, principalmente para os segmentos de alojamento e alimentação. “Já nas expectativas para os próximos meses, os empresários seguem cautelosos quanto ao futuro dos negócios frente a uma expectativa negativa de demanda para os próximos meses”, revela. E complementa: o cenário macroeconômico de bons resultados em termos de emprego e renda é um fator positivo para o setor, porém um alerta está aceso frente ao aumento da taxa de juros a fim de conter pressões inflacionárias que afetam, principalmente, os segmentos mais relacionados aos consumidores”.


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