Em julho, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PMC/IBGE), o volume de vendas de material de construção no Estado de São Paulo cresceu 10,8% contra o mesmo mês do ano passado. Este aumento é o segundo consecutivo do indicador, que em junho já havia contado com alta de 4,3% em relação ao mesmo período de 2023. No país, após avanço de 3,9% em junho, o segundo semestre do ano registrou elevação de 11,0%.
Evolução mensal do índice de volume de vendas do comércio de material de construção – Mês contra mesmo mês do ano anterior
Fonte: PMC/IBGE
O desempenho do mercado em julho confirmou o prognóstico realizado pelo economista Jaime Vasconcellos para 2024, ou seja, seria neste ano que, enfim, a taxa acumulada em 12 meses do volume de vendas de material de construção em São Paulo voltaria a alcançar posição positiva, com 1% de avanço. “Na verdade, após a grande evolução das vendas na segunda metade de 2020 e em meados de 2021, o setor passou por retração de seu ritmo e desde o primeiro trimestre de 2022 o indicador acumulado em doze meses ficou em patamar negativo, o que durou até o fim do primeiro semestre de 2024”, comenta Jaime.
Evolução do índice de volume de vendas do comércio de material de construção do Estado de São Paulo – Taxa acumulada de 12 meses
Fonte: PMC/IBGE
Os resultados do bimestre junho-julho consolidam a trajetória de recuperação do setor após a “ressaca” registrada em 2022 e 2023. “É bem verdade que ainda temos movimentos oscilantes mês a mês, mas é inevitável dizer que o setor é um dos atingidos positivamente pela favorável conjuntura do consumo das famílias, devido principalmente a força do mercado de trabalho no país, que acaba sendo base de renda e acesso à crédito pela população, bem como em razão de outros efeitos secundários, como o avanço do mercado imobiliário”.
Para Jaime, a expectativa é que ocorra a continuidade dos bons números do segmento, enquanto esse cenário de aquecimento da economia doméstica assim permitir. Os alertas que estão no horizonte, porém, referem-se ao cenário inflacionário, que causa alguma preocupação, assim como o possível avanço dos juros para conter tal tendência. “Ambos os movimentos devem trazer pragmatismo em uma análise temporal mais otimista e alongada do setor”, finaliza.
OBS: O Volume de Vendas observado pela PMC resulta da deflação dos valores nominais correntes da receita bruta de revenda por índices de preços específicos para cada grupo de atividade, e para cada Unidade da Federação, construídos a partir dos relativos de preços do IPCA e do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI. A pesquisa também avalia apenas empresas com 20 ocupados ou mais.