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O mercado de trabalho do varejo de material de construção da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) aumentou em 1.547 vínculos no ano passado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Ao todo, foram registradas 42.374 admissões e 40.827 desligamentos, considerando um estoque que atingiu patamar de 91.140 empregos ativos. Tal saldo positivo é 42% menor que a geração registrada em 2022 (+2.663 vagas) e 80,6% inferior ao saldo positivo de 2021 (+7.981 vagas). Na cidade de São Paulo o setor encerrou o ano com avanço de 383 postos de trabalho, pouco mais da metade do resultado de 2022 e representando menos de 10% do saldo de 2021.

Evolução do saldo de empregos do varejo de material de construção – RMSP e São Paulo/SP

Fonte: Caged

Em dezembro, o segmento perdeu 595 vagas formais, desempenho negativo liderado pelos estabelecimentos que comercializam material de construção em geral (-366 vagas). A perda absoluta no mês, em verdade, foi sentida em praticamente todas as categorias acompanhadas, como pode ser observado no quadro abaixo.

Já na análise anual, apenas o varejo de vidros possuiu menos admissões do  que desligamentos de funcionários, fechando o ano com -4 postos de trabalho. Por outro lado, em números absolutos, os destaques ficam para os estabelecimentos de ferragens e ferramentas (+616 vagas) e lojas de tintas e material para pintura (+317 vagas).

Para o economista Jaime Vasconcellos, o balanço anual do mercado de trabalho do varejo de material de construção na RMSP não poderia ser diferente, quando analisado mês a mês. “Tivemos resultados mensais em sua maioria positivos, mas em menor ritmo que 2022 e bem inferiores aos registrados em 2021”. Ele explica que, naquele ano (2021), inclusive, o setor evoluiu muito pelo direcionamento de renda motivado pelas alterações de hábitos dos consumidores na pandemia e com o cenário de crédito mais barato e acessível.

Já o que aconteceu em 2022 e se fortaleceu no ano passado foi a desaceleração contínua do ritmo de crescimento do mercado de trabalho do setor. “O estoque ativo de empregos cresceu nos últimos três anos, mas em cadência mais fraca. Primeiro que tal tendência era previsível com a alteração do cenário pandêmico. Segundo, e principalmente, o setor sentiu os efeitos de uma conjuntura econômica muito mais adversa, seja em razão da inflação alta em 2022, da convivência com juros e níveis de endividamento ou pela inadimplência elevada de famílias e empresas nos últimos meses. Tais fatores, sem dúvida, teriam o poder de impactar o ritmo de empregabilidade do setor, o que acabou realmente ocorrendo. 

“A tendência para 2024 é de mais um ano com números positivos, mas de pequena amplitude, até porque os efeitos de juros mais baratos ainda demorarão a ser sentidos na economia real, e ainda se vê fortemente os níveis de comprometimento de renda de famílias e dos resultados financeiros das empresas”, avalia Jaime. Em sua análise, ele acredita que melhores números deverão ser sentidos somente com a proximidade do segundo semestre.


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