Espaço Publicitário

Por Jaime Vasconcellos, economista.

Não há dúvida que nos últimos dias o assunto mais debatido na macroeconomia brasileira foi o desempenho acima do esperado do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no terceiro trimestre de 2023. O avanço de 0,1% nem estava nos horizontes dos analistas de mercado e economistas, que projetavam um pequeno retrocesso da economia na comparação ao segundo trimestre do ano.

Se por um lado esse PIB ligeiramente positivo mostrou a resiliência do consumo das famílias, que avançou 0,6% em relação ao segundo trimestre e representa quase dois terços dos valores correntes deste indicador pela ótica da demanda, por outro não se pode negar a forte desaceleração econômica vista nesta divulgação. Não é porque avançou 0,1% que há de se comemorar. Os indicadores do último trimestre do ano não são bons, o risco de uma recessão não é descartado e se observa que a retração de 2,5% no acumulado do ano da Formação Bruta de Capital Fixo (popularmente chamado de investimento) adianta o horizonte de menor avanço do próprio PIB em um futuro próximo. 

E quando se diz que os números do último trimestre não são bons, vamos além da Black Friday morna. O setor de serviços, aquele de maior participação na economia, mostra claros sinais de esgotamento da evolução registrada pós-pandemia. Nos doze meses encerrados em outubro de 2023 o volume de serviços no país avançou 3,6%, bastante abaixo dos quase 8% que vimos neste indicador no início do ano. Para o Estado de São Paulo há inclusive um retrocesso de 0,1% nos doze meses acumulados até outubro.

Em suma, a despeito do terceiro trimestre ter sido timidamente melhor que o esperado, 2023 entregará a 2024 um ritmo econômico desacelerado e com desafios fiscais e setoriais relevantes. Ao PIB do ano que vem, se as esperanças estão no cenário de inflação estabilizada e ritmo resiliente do emprego celetista, os desafios estarão nos lentos impactos práticos da redução de juros na economia e nos ainda elevados indicadores de endividamento e inadimplência das famílias. 

Isto posto, seguem abaixo as nossas últimas projeções para os principais indicadores macroeconômicos nacionais:

  • PIB: +2,85%
  • IPCA: +4,4%
  • SELIC: 11,75% a.a.
  • Taxa de Câmbio: 4,95
  • Balança comercial: + US$ 75 bi
  • Vendas do comércio ampliado BR: +2,5%
  • Volume dos serviços BR: +3%
  • PIB: +1,5%
  • IPCA: +4%
  • SELIC: 9,00% a.a.
  • Taxa de Câmbio: 5,00
  • Balança comercial: + US$ 65 bi
  • Vendas do comércio ampliado BR: +1%
  • Volume dos serviços BR: +0,5%

Espaço Publicitário