Espaço Publicitário

Dados coletados pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam um recuo de 8% em março no volume de vendas do comércio de material de construção no Estado de São Paulo. A comparação é feita em relação ao resultado do mesmo período de 2022. É o segundo retrocesso mensal seguido e bem mais agudo que os -4,8% registrados em fevereiro. No mercado nacional a queda foi de 5,1% em março, depois do recuo de 5,7% no mês anterior.

Evolução mensal do índice de volume de vendas do comércio de material de construção – Mês contra mesmo mês do ano anterior

Fonte: PMC/IBGE

“Com tamanha retração mensal, é importante ressaltar o desempenho da taxa de 12 meses, que, mesmo negativa, vinha se amenizando desde o início do segundo semestre de 2022. Agora voltou a apontar para baixo, atingindo no acumulado de abril de 2022 e março de 2023 exatos -7,1%. Esse patamar é o pior auferido nos doze meses encerrados em fevereiro, quando o indicador marcava os -5,9%”, analisa o economista Jaime Vasconcellos.

Evolução mensal do índice de volume de vendas do comércio de material de construção do Estado de São Paulo: Taxa acumulada no ano e em doze meses

Fonte: PMC/IBGE

Para Jaime, os dados de volume de vendas do comércio de material de construção nos dois últimos meses são um balde de água fria para um horizonte esperado de maior estabilidade de vendas em 2023. “Até foi alertado que o diminuto cenário positivo de janeiro era um alento e que não veríamos grandes desempenhos nos meses seguintes. Todavia, a magnitude dos números ruins chama atenção”. Em sua opinião, dois pontos justificam tal realidade, o primeiro e mais óbvio são os fortes impactos que juros, endividamento e inadimplência elevados causam à demanda. “Ainda mais o consumo em segmentos comerciais nos quais o crédito é inerente à concretização das vendas”, ressalta. Algo também a se considerar, e que talvez crie um pouco de esperança no empresariado, é que a expressiva queda registrada em março não deve se repetir. Isso em razão do efeito “base de comparação”. Ou seja, o desempenho negativo verificado no período se realiza na comparação com março de 2022, mês no qual o setor avançou em volume exatos 7,2% no Estado de São Paulo. “Esta base forte de contraposição desfavoreceu ainda mais os resultados percentuais divulgados esta semana pelo IBGE”, observa.

OBS: O Volume de Vendas observado pela PMC resulta da deflação dos valores nominais correntes da receita bruta de revenda por índices de preços específicos para cada grupo de atividade, e para cada Unidade da Federação, construídos a partir dos relativos de preços do IPCA e do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI. A pesquisa também avalia apenas empresas com 20 ocupados ou mais.


Espaço Publicitário