17/06/2020 | Por Jaime Vasconcellos, economista.
Dando andamento ao processo de observação aos números recentes de desempenho do varejo de material de construção, conduzido pelo departamento de Economia e Pesquisas do Sincomavi, novos cenários aferidos foram apresentados. Mais especificamente, informações do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) e atualização da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), do IBGE.
Com relação ao ICVA, dados divulgados no último dia 15 mostram que o faturamento nominal do varejo total do Brasil caiu 28,9% desde 1° de março – em comparação a fevereiro. Na semana de 07 de junho a 13 de junho, a queda se localizou em -23,2%. No caso do varejo de materiais de construção, o recuo acumulado desde março foi de -3,5%, sendo a semana já mencionada, 07/06 a 13/06, marcada por um avanço de 28,6% na receita nominal de vendas. Em verdade, há evolução firme do indicador de materiais de construção desde a segunda quinzena de maio.
Já os dados da PMC/IBGE, apresentados ontem, 16 de junho, mostram que o volume de vendas do comércio varejista de materiais de construção caiu 1,8% em abril, na referência ao mês anterior, e contou com recuo de 20,8% em relação a abril de 2019. No ano há uma redução de 7,1% no volume de vendas, porém avanço tímido de 0,7% no indicador de 12 meses. Como efeito comparativo, o volume de vendas do comércio varejista ampliado brasileiro (quando se consideram atividades que comercializam automóveis e materiais de construção) o volume de vendas em abril foi 17,5% menor que março e -27,1% na comparação interanual.
Ainda que os números acima descrevam momentos distintos, uma vez que o dado oficial do IBGE ainda avaliou informações de abril, as realidades apresentadas por ambos podem ser complementares. O varejo de materiais de construção passou pelo maior baque entre a 4ª semana de março e a 4ª semana de abril: quedas bruscas de volume e faturamento. Algo esperado a um ramo considerado de bens duráveis, com necessidade de aquisição de crédito pelo consumidor. O ajuste aos procedimentos de atendimento ao cliente, não paralisação imediata das obras e o direcionamento às pequenas reformas podem auxiliar a compreensão do cenário descrito. Queiramos que realmente sua recuperação se concretize.