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26/05/2020 | Por Jaime Vasconcellos, economista.

Na segunda quinzena de abril apresentamos aos associados e demais amigos do Sincomavi os primeiros números divulgados pela grande mídia da mensuração do ritmo de vendas no varejo de materiais de construção com o impacto da Covid-19 e do isolamento social inerente ao avanço de tal epidemia. Em verdade, ainda não são tantos indicadores possíveis para observação, dado que aferir o desempenho setorial não é algo simples, ainda mais num momento tão complicado para coletar informações estatísticas. A maior parte dos respondentes dessas pesquisas está fora do seu ambiente de trabalho, sejam eles consumidores, gestores ou empresários.

Vamos aos números mais atualizados. Os dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são de março, início dos impactos mais severos da pandemia na economia e seus setores. A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) nos mostrou que o volume de vendas do varejo restrito, quando se excluem informações de automotivas e de materiais de construção, recuou 2,5% em relação a fevereiro e 1,2% tendo como referência março do ano passado. Para exemplificar, as vendas de vestuário foram cerca de 40% menor e as atividades que comercializam gêneros alimentícios avançaram mais de 15%.

Já o varejo ampliado, quando se consideram as categorias automóveis e materiais de construção, houve queda de 13,7% em relação a fevereiro e 6,3% na contraposição a março de 2019. Somente o volume de vendas de materiais de construção contou com uma queda de, respectivamente, 17,1% e 7,6%. No acumulado do trimestre a perda alcançou os -2,3%, quando se espelham os mesmos três meses do ano passado.

O Índice Cielo do Varejista Ampliado (ICVA), da rede de meios de pagamento Cielo, mostra que o faturamento nominal do varejo brasileiro caiu 29% desde 01 de março de 2020. Isso em comparação aos dias equivalentes de fevereiro de 2020. O pior momento foi o que compreende a última semana de março até a primeira quinzena de abril.  As atividades de bens não duráveis estão praticamente estáveis em vendas, desde o período supracitado, com queda na margem. Já os ramos comerciais de duráveis (-43,5%) e serviços (-60,7%) são os que mais sofrem desde março. O setor de materiais para construção apresentou queda de -10,3% no acumulado, sendo que nas duas semanas de maio houve crescimento de 8,3% (1ª) e 6,0% (2ª).

Enfim, o que se observa, com relação ao varejo de materiais de construção, é que ele sofre com a queda das vendas, mas não tanto quanto outras atividades varejistas , como vestuário, móveis, automóveis etc. A não paralisação da construção civil e a restrição mais branda ao atendimento do público auxiliou tal processo. Ainda que não tenhamos ainda dados oficiais do IBGE para abril, o ICVA da Cielo dá boas perspectivas que o mês de abril foi duro ao setor, ainda que equilibrando ao seu fim, com números já positivos em maio. Assim esperamos. Para o bem da economia, desse ramo especificamente, de suas empresas e de tantos postos de trabalhos ligados a ele.


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