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Muitos comércios têm preparado suas operações para atender os consumidores acima de 60 anos em razão de suas necessidades especiais, seja por meio de linhas exclusivas de produtos, atendimento personalizado ou com instalações condizentes para pessoas que possuem dificuldades de mobilidade e locomoção. No entanto, essa preocupação ainda é de uma minoria. Apesar de ser dirigido para o segmento de bens não duráveis, o levantamento Consumer Insights Q4 2023 apresenta vários pontos que devem ser levados em consideração pelos empresários do varejo em geral.

O estudo explica que o envelhecimento da população da América Latina ocorre rapidamente. Até 1990, o principal grupo populacional era o formado por indivíduos com idade entre 5 e 14 anos. A partir de 2018, tal cenário se modificou radicalmente em razão da queda na taxa de natalidade e o grupo majoritário passou a ser de idosos com 65 anos ou mais. Marcela Botana, Market Development Director Latam, da Kantar, explica que essa nova realidade trouxe naturalmente várias alterações no comportamento de consumo e, em sua opinião, a tendência é de aumento na velocidade das mudanças nesse sentido. “Segundo a Organização das Nações Unidas, até 2025, a projeção é que o grupo acima de 50 anos ultrapasse o número de crianças. Em 2050, por sua vez, quase 40% da população na América Latina deverá ter mais de 50 anos”, ressalta.

Entre as mudanças apontadas pela Kantar está a composição familiar, com menor número de crianças e maior expectativa de vida dos adultos. Dessa maneira, os lares acabam por se tornar cada vez menores. Houve a redução de uma pessoa (20%) nos últimos 20 anos por núcleo familiar. Tal fenômeno ocorreu em todas as faixas de consumo. 

Em relação às gerações, os Baby Boomers, indivíduos com mais de 65 anos, representam 25% de todos os domicílios de até duas pessoas na AL. Os Millennials, por sua vez, pessoas com até 34 anos e dois filhos, possuem atualmente níveis socioeconômicos mais baixos (63%). “Os mais novos podem não ter rendimentos que lhes permitam gastar mais, embora tenham essa necessidade porque têm filhos, enquanto os mais velhos têm mais rendimentos, mas não priorizam esses itens em detrimento de outras comodidades, como saúde e entretenimento”, ressalta.

Marcela adverte que, embora a América Latina esteja adquirindo cada vez mais semelhanças em relação às economias desenvolvidas em termos de taxas de natalidade e expectativa de vida, existe uma disparidade econômica que permanece bastante forte. “Mesmo com a evolução nos últimos 30 anos, nosso PIB ainda é apenas ¼ do da Europa. Com isso, a América Latina é uma das primeiras regiões do mundo a vivenciar o envelhecimento sem ainda ter alcançado o status de economia desenvolvida, o que implica em desafios e oportunidades”.


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