Espaço Publicitário

Depois de gerar apenas 119 empregos com carteira assinada em 2020, o mercado de trabalho do comércio varejista de materiais de construção da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) acelerou e gerou no ano passado 7.816 vagas. Foram, ao todo, 39.733 admissões e 31.917 desligamentos no período. No entanto, 2021 encerrou com uma perda de 636 postos de trabalho em dezembro, pior resultado mensal registrado no período.

Apenas na capital o saldo de dezembro foi negativo em 357 vagas, mas em 2021 houve avanço de 3.932 vagas. Este cenário do ano contrapõe a perda vista em 2020, quando se observou recuo de 109 empregos.

Evolução do saldo de empregos do varejo de materiais de construção – RMSP e São Paulo/SP

Dentre as nove atividades observadas em dezembro, influenciaram nas perdas os desempenhos do varejo de materiais de construção em geral (-457 vagas) e estabelecimento varejistas de materiais elétricos (-58 vagas). Por outro lado, o segmento de madeira e artefatos e de materiais hidráulicos ficaram no positivo. Ao todo, os segmentos avaliados somam mais de 89,5 mil vínculos ativos.

Considerando o desempenho acumulado de 2021, houve evolução de 7.816 vagas. Lideraram o varejo de materiais de construção em geral, com +3.019 vagas, e os estabelecimentos de ferragens e ferramentas, com +1.750 vagas. Em nenhuma atividade se viu mais desligamentos que admissões no total de movimentações do ano passado.

O economista Jaime Vasconcellos comenta que, depois de uma estabilidade em 2020, o mercado de trabalho do varejo de materiais de construção da RMSP contou com um salto no ano passado. “As 7.816 novas vagas significaram um acréscimo de 9,6% no mercado de trabalho em questão”, ressalta. E complementa: “O avanço do mercado imobiliário aquecido por juros mais baixos para os seus financiamentos e as melhorias e reformas domiciliares alavancadas pelas transformações causadas pela pandemia explicam razoavelmente o crescimento das vendas de materiais de construção nos últimos dois anos, bem como da empregabilidade de tais atividades”. Não somente este foi um setor que sofreu menos com as restrições impostas, como atraiu renda familiar durante a pandemia, tendo assim a necessidade de incorporar mais mão de obra para possibilitar atendimento a uma demanda mais aquecida.

Em sua opinião, a expectativa para 2022 é de arrefecimento de vendas e empregos no setor, ainda que ambos os indicadores fiquem no positivo. “O crescimento dos juros deve frear os substanciais números do ano passado. Além disso, a inflação e o elevado endividamento familiar tendem também a diminuir o apetite dos consumidores por novos investimentos para reformas domiciliares”. Dessa forma, espera-se um desempenho mais tímido do setor, mas favorável, com empresários de olho nas volatilidades do período eleitoral, no futuro de possível recrudescimento da pandemia e frente a uma conjuntura econômica mais difícil, já iniciada no segundo semestre de 2021 e que deve se manter desafiadora no atual ano.


Espaço Publicitário