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O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), registrou uma elevação de 0,59% em abril nos custos da construção. Essa alta foi precedida de um aumento em março de 0,38%. Com base na taxa acumulada dos últimos 12 meses, é possível detectar uma tendência de alta nas despesas do segmento, que alcançou 7,52%. Apenas como referência, utilizando os mesmos parâmetros, o acumulado de abril do ano passado ficou em apenas 3,48%.

A principal razão para esse aumento foi a variação do índice de mão de obra, com 0,91%. Já o grupo de Materiais, Equipamentos e Serviços subiu 0,37% em abril, ante 0,40% no mês anterior. Por sua vez, o grupo de Serviços também contou com aceleração expressiva ao alcançar 0,50% no período analisado.

Entre as principais variações nos preços dos itens da construção estão: elevador (0,95%), blocos de concreto (0,71%), vergalhões e arames de aço ao carbono (-1,27%), tela alambrado/gradil metálico (-0,41%), tela de aço soldada para concreto (-0,88%), uniforme e EPI (-0,53%) e impermeabilizantes (-0,05%).

Confiança: desce e sobe

O Instituto Brasileiro de Economia da FGV divulgou também o Índice de Confiança da Construção (ICST), que sofreu uma queda de 1,4 ponto em abril. Com esse resultado, o indicador atingiu os 93,6 pontos – o menor nível desde março de 2022 (93,5 pontos). Ocorreu igualmente retrocesso de 0,4 ponto na média móvel trimestral.

Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, comenta que a melhora observada no mês de março não se sustentou”. “Em abril, a confiança diminuiu como resultado de uma percepção mais negativa sobre os negócios correntes, assim como sobre o cenário dos próximos meses”. Ela ressalta que as empresas de Infraestrutura ainda são as mais otimistas, mas, em sua opinião, vale distinguir a alta da confiança entre as empresas de Edificações Residenciais, segmento favorecido pelas mudanças no Programa Minha Casa Minha Vida, que passou a incluir também famílias de renda de até R$12 mil. “A expectativa é que os recursos anunciados contribuam para sustentar os negócios no mercado imobiliário em patamar elevado”, finaliza.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE, subiu 0,5 ponto em abril, alcançando os 84,8 pontos. Apesar do desempenho positivo, em médias móveis trimestrais, o índice sofreu uma queda de 0,5 ponto, para 84,2 pontos.

A economista Anna Carolina Gouveia destaca que essa segunda alta da confiança do consumidor recupera apenas 11% das perdas registradas nos três meses anteriores, entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano. “O resultado de abril é impulsionado pela melhora das expectativas futuras, principalmente, sobre a situação econômica local”, detalha. E complementa: “Entre as faixas de renda, há melhora apenas para famílias que recebem entre R$ 2.100 e R$9.600. Mesmo com as melhoras pontuais, a confiança do consumidor continua refletindo um forte pessimismo disseminado”. Para ela, esse sentimento é especialmente evidente entre as famílias de renda mais baixa, cuja confiança recua pelo quinto mês consecutivo.


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