O custo médio do metro quadrado da construção civil no Estado de São Paulo avançou em fevereiro 0,53% em comparação a janeiro – a maior variação desde outubro de 2024 (+0,53%). Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (SINAPI/IBGE) revelam ainda que, em valores, o metro quadrado ficou em R$1.903,13, contra R$1.893,04 no mês anterior, isto é, uma diferença de R$10,09. “É importante destacar que os gastos com material de construção foram os que puxaram o indicador geral, após passar de R$1.022,63 em janeiro para R$1.032,42 em fevereiro, um avanço de 0,96% ou de R$9,79”, ressalta o economista Jaime Vasconcellos. A mão de obra, por sua vez, apresentou estabilidade, com uma oscilação mínima de 0,03%, atingindo R$870,71.
Fonte: IBGE
Jaime comenta que os números do custo da construção civil se revelaram bastante ruins em fevereiro de 2025 no Estado de São Paulo. “Pela primeira vez o custo médio passou de R$1,9 mil por metro quadrado. E além dessa ser a maior oscilação mensal desde outubro passado, em comparação a fevereiro de 2024 houve inversão no sentido da trajetória do indicador, dado que naquele mês havia sido registrada uma deflação de 0,08% no custo médio do metro quadrado na economia paulista”, explica.
Ele lembra ainda que é importante ressaltar que quase integralmente este aumento veio do grupo de material de construção, indicando que a pressão dos preços foi proveniente das mercadorias, que são mais suscetíveis aos choques pontuais de oferta, ao impacto de um câmbio desvalorizado e também de uma pressão da demanda das famílias. “Não foi somente nos materiais que houve oscilação positiva de preços em fevereiro”, adverte . “O IPCA, índice oficial da inflação brasileira, contou neste mês com um aumento de 1,31%, o maior patamar dos últimos 22 anos para o período. Isto confirma que temos passado a conviver com uma inflação, que se ainda não é explosiva, se mostra persistente”.
Em sua opinião, este cenário traz desafios ao orçamento das famílias, dado que impacta o poder de compra da sua renda, bem como dos empresários, posto que não apenas uma pressão maior dos preços impacta os níveis de consumo dos clientes, como também dificulta negociação com fornecedores e precificação dos produtos. “A tendência é até um arrefecimento para março, mas não de forma muito aguda”, finaliza.