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Houve um recuo generalizado nos indicadores de confiança produzidos pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O índice de Confiança do Comércio (ICOM), por exemplo, caiu 2,8 pontos em janeiro para 89,3 pontos, o que representa o menor nível desde dezembro de 2023 (88,9 pontos). Em médias móveis trimestrais, também ocorreu o mesmo movimento negativo de 0,2 ponto, resultado que fez o ICOM chegar aos 91,2 pontos.

O economista Rodolpho Tobler comenta que a nova queda do índice, influenciada pelos indicadores sobre o momento presente aponta para uma piora na percepção dos empresários sobre a demanda. “O indicador de expectativas, apesar da estabilidade no mês, já vinha em queda, sugerindo que o início deste ano tende a ser diferente do observado em 2024, com desaceleração da atividade. O cenário de incerteza, especialmente associado ao câmbio, juros e política fiscal, limita as expectativas dos varejistas”.

A mesma tendência foi verificada em janeiro no Índice de Confiança de Serviços (ICS), com queda 2,5 pontos em janeiro, para 91,8 pontos. Esse foi o terceiro recuo seguido desse indicador setorial. Na média móvel trimestral, houve decréscimo de 1,3 ponto.

A indústria, por sua vez, viu seu indicador de confiança retroceder em 1,3 ponto no período analisado, atingindo o patamar de 98,4 pontos. Ao contrário dos demais setores, em médias móveis trimestrais, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) teve um avanço de 0,5 ponto, alcançando os 98,9 pontos. O economista Stéfano Pacini explica que a  confiança da indústria inicia o ano em queda refletindo cautela dos empresários quanto às expectativas futuras e desaceleração nos indicadores de presente. “Apesar dos estoques seguirem em níveis satisfatórios, a percepção sobre a demanda é pior entre as categorias de uso”, ressalta. E complementa: “as expectativas reforçam a ideia de que o início de 2025 pode ser diferente, em ritmo mais fraco do que foi observado no ano anterior. O cenário macroeconômico de taxa de juros em alta e o câmbio desvalorizado pode representar um novo desafio para o setor industrial, após um ano de bons resultados”.


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