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Depois de marcar um aumento de 0,24% em novembro, o custo médio total do metro quadrado da construção civil no estado de São Paulo voltou a apresentar aceleração no último mês de dezembro, segundo o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi/IBGE). A variação foi de 0,31% – maior inclusive que a registrada no mesmo mês de 2023, com +0,24%.  

Ressalta-se que a oscilação de dezembro significou um aumento absoluto de R$5,87 no metro quadrado do projeto de construção, que agora atinge o patamar de R$1.891,20. Desta evolução, R$4,53 (ou +0,45%) são referentes aos custos com material de construção e os outros R$1,34 (ou +0,15%) com mão de obra.  

Evolução do custo médio por m² da construção, por componentes: Estado de São Paulo (R$)

Fonte: IBGE

Nos doze meses de 2024, o Sinapi verificou que o custo médio da construção civil evoluiu 3,98% no Estado de São Paulo, acima da inflação medida no ano anterior, que foi de 1,88%. No ano, o custo financeiro do metro quadrado da obra aumentou R$72,63, sendo R$36,96 (ou +3,82%) com material de construção e R$35,67 (ou +4,28%) com mão de obra. 

Evolução do custo médio do m² da construção do estado de São Paulo – Acumulado no ano (%)

Fonte: IBGE

O economista Jaime Vasconcellos comenta que o resultado de dezembro reforça a tendência de evolução mais célere, ainda que não drástica, dos custos da construção civil, em especial nestes últimos meses provenientes dos preços do material de construção. “Em geral, o que se vê no país é realmente uma persistência inflacionária, puxada por uma demanda mais aquecida e, neste sentido, não se retira da equação como a renda familiar tem sido sustentada por um mercado de trabalho resiliente e também pelo avanço na aquisição de crédito”, detalha. Para ele, a prova deste cenário mais aquecido são os próprios números de desempenho de volume de vendas do setor varejista de material de construção, que no ano acumula aumento em torno dos 5% em relação a 2023.  

Além dos preços pressionados pela demanda, há impactos iniciais também do câmbio mais desvalorizado, que tende a encarecer boa parte das cadeias produtivas da indústria brasileira, o que chega na ponta. “A tendência, ainda assim, é que não encontremos cenário mais dramático à trajetória dos preços futuros, em geral, principalmente pela resposta rápida da atual política monetária no país (fortemente contracionista) que deve segurar este indicador às custas de menor crescimento econômico, conforme já vem sendo previsto pelo mercado”, finaliza.


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