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Se tornou uma tradição do varejo nacional “comemorar” a Black Friday na última sexta-feira de novembro de cada ano e promover uma série de campanhas para atrair os consumidores e, consequentemente, tentar aumentar vendas e lucros. Em 2024, a data cai em 29 de novembro, ou seja, falta praticamente um mês. Dessa forma, está na hora de planejar e programar a melhor maneira de explorar as oportunidades abertas com a Black Friday, independentemente do segmento de atuação no comércio, pois chamar a atenção da clientela será uma disputa bastante acirrada. O empresário deve lembrar ainda o impacto positivo da data nas vendas. Pesquisa realizada pela Wake, em parceria com o Opinion Box, verificou que cerca de 66% dos brasileiros planejam fazer compras durante esse período.

Philippe Capouillez, CEO da Sioux Digital 1:1, recomenda cinco ações de marketing digital que podem ser utilizadas por micro e pequenas empresas na Black Friday. Entre as dicas oferecidas aos empreendedores está o investimento em retargeting com baixo custo, como Google Ads e Facebook Ads. Ele acredita que essas campanhas podem ser configuradas com um orçamento reduzido e ajudam a “reengajar” clientes que já demonstraram interesse, aumentando as chances de conversão com um investimento controlado.

Landing pages simples e eficientes, bem como a automatização de campanhas de e-mail marketing, também são opções válidas e que podem ser feitas algumas vezes até mesmo de forma gratuita ou com investimento muito baixo. Philippe dá como exemplos Wix, WordPress, Mailchimp e MailerLite. Vale a pena lembrar que é necessário utilizar uma comunicação clara e direta, que apresente os descontos oferecidos e botões de chamada para ação bem visíveis. 

Além disso, o empresário pode recorrer a anúncios pagos em redes sociais, sempre se valendo da segmentação local e buscando o perfil do consumidor que deseja ser atingido. Facebook e Instagram se destacam nesse campo ao proporcionar valores acessíveis e plataforma para planejamento de fácil utilização. Philippe recomenda ainda a criação de conteúdos orgânicos e dá uma série de sugestões, como: contagem regressiva e “sneak peeks” de forma orgânica, sem custo, nas redes sociais. “Use recursos como Stories e Reels no Instagram para compartilhar pequenos vídeos dos produtos ou responder a perguntas sobre as ofertas”, aconselha. Serve como dica também a realização de  ações que encorajem os seguidores a interagirem com enquetes e o uso de adesivos de perguntas, criando assim um senso de exclusividade e urgência com as promoções. Por fim, é possível se beneficiar do marketing de influência, contratando personalidades e microinfluenciadores para a divulgação de produtos e ofertas. Segundo Philippe, os microinfluenciadores, com até 100 mil seguidores, possuem uma conexão mais próxima com seu público, o que resulta em maior engajamento e credibilidade nas recomendações. Outra vantagem, é que o investimento costuma ser mais acessível financeiramente. 

Planejamento e erros

Para Marcell Rosa, especialista em vendas da CleverTap, a corrida pela atenção do consumidor começa bem antes da Black Friday. Dessa forma, o melhor é planejar atentamente cada passo e começar a trabalhar nas campanhas algumas semanas antes da data. “O consumidor moderno está cada vez mais informado e seletivo. Aqueles que começam a engajar seu público antes do grande evento conseguem cultivar uma relação de confiança e garantir vendas mais expressivas”, argumenta. Ele recomenda ainda que as marcas precisam focar em criar valor. “Isso pode ser feito com frete grátis, atendimento ao cliente excepcional, exclusividade ou parcerias que agreguem à experiência de compra”, ressalta. Ele destaca que além de descontos, é interessante pensar em brindes exclusivos, pacotes promocionais ou programas de fidelidade que façam com que o cliente se sinta especial. 

Também se mostra muito importante dar continuidade ao atendimento depois de passada a data – a falta de suporte é um erro comum de muitas empresas. Como lembra Marcell, uma das maiores armadilhas é acreditar que o trabalho termina no fim da Black Friday. “O acompanhamento dos resultados e o ajuste de campanhas são fundamentais para garantir que as vendas continuem pós-evento. As marcas que continuam a se comunicar de maneira relevante com seus clientes após a Black Friday tendem a ter uma retenção maior.”

Essa preocupação será importante igualmente para ajustar as possíveis campanhas de final de ano, bem como fidelizar novos clientes.  “A Black Friday não é apenas sobre o dia em si, mas sobre como você usa esse evento para aumentar sua base de clientes de longo prazo”, adverte Marcell.

Outros erros cometidos na Black Friday na opinião de Daniela Torres, sócia e CEO da Simples Inovação, são usar a data como “queima de estoques”, dar descontos sem analisar as contas e investir no setor errado.  No primeiro caso, ela lembra que, no anseio por promover ofertas e escoar os produtos em excesso, as empresas acabam por deixar o planejamento estratégico de lado e se concentram somente nas vendas pontuais, sem buscar fidelização e sem criar uma campanha voltada para a data. “É preciso pensar em fazer daquele consumidor em potencial um cliente. Uma dica é fornecer brindes na inscrição da sua newsletter, por exemplo. Assim, ele sempre receberá atualizações sobre os conteúdos da loja e, mesmo que naquele momento não compre nada, poderá se aproximar da marca. Muitas vezes, esse é o primeiro passo para criar um relacionamento”, explica.

Em relação a investir no setor errado, Daniela comenta que é algo corriqueiro as empresas terem dificuldade na distribuição de recursos conforme a necessidade. “É importante saber onde está a ‘dor da empresa’ e buscar lapidar aquela área”, adverte. E complementa: “recomendo fazer uma análise interna, avaliar a equipe de atendimento e verificar se é necessário reforço de funcionários ou aumento do orçamento de marketing. Muito além de investir, é saber onde investir e depositar mais esforços”.

Para encerrar, ela aconselha ainda foco nas experiências negativas de compra. “Atenção redobrada na logística de envios, já que entregas erradas, prazos não atendidos e falta de comunicação com o consumidor podem causar insatisfação e prejudicar todos os esforços do varejista”, alerta.


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