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Dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),  revelam que o volume de vendas do comércio varejista de material de construção no estado de São Paulo sofreu uma queda de 3,4% em 2023, marcando, com isso, o seu segundo recuo anual consecutivo. Em 2022 o indicador já havia apresentado retração de 6,8% em relação ao período imediatamente anterior. Este balanço foi possível após a divulgação dos dados de dezembro, no qual se constata que o volume de vendas do segmento retrocedeu 4,3% na economia paulista e 2,8% em âmbito federal.

Evolução mensal do índice de volume de vendas do comércio de material de construção – Mês contra mesmo mês do ano anterior

Fonte: PMC/IBGE

A trajetória anual do volume de vendas do comércio de material de construção pode ser melhor observada por meio do gráfico abaixo. “Inclusive, no país o cenário foi semelhante ao do Estado de São Paulo, ou seja, queda de 1,9% em 2023, após retrocesso de significativos 8,7% vistos em 2022”, ressalta o economista Jaime Vasconcellos. 

Evolução anual do índice de volume de vendas do comércio de material de construção do Estado de São Paulo

Fonte: PMC/IBGE

Jaime comenta que no início do ano passado a esperança era que os resultados negativos do setor ficassem restritos a 2022 e que, portanto, haveria um processo de estabilização do indicador do volume de vendas no comércio de material de construção no decorrer do ano. “Não foi o que vimos”, pontua. “Nem no país, menos ainda no estado de São Paulo”. Ele explica que o setor não conseguiu estabilizar os seus resultados e amargou uma segunda queda, ainda que em patamar bem menos agudo que 2022. “Tal cenário é resultante de uma demanda ainda enfraquecida pelos desafios conjunturais de crédito caro e elevados níveis de endividamento e inadimplência dos consumidores”. Esse desempenho negativo ocorreu mesmo em um cenário de preços estabilizados e bons números de emprego em razão do direcionamento de renda para o pagamento de dívidas e para alguns relevantes segmentos do setor de serviços, o que acabou por impactar os resultados do comércio de material de construção.

Em sua opinião, a tendência para 2024, até pela base fraca de comparação, é o estancamento da sangria apresentada em 2022 e 2023. “Além da questão estatística, a expectativa é que mantido o cenário de estabilidade de inflação e câmbio, aliado aos primeiros efeitos de uma política monetária de afrouxamento dos juros e da continuidade na retração dos indicadores de comprometimento da renda famílias, se possa até mesmo almejar um pequeno crescimento do volume de vendas do setor”, avalia.

OBS: O Volume de Vendas observado pela PMC resulta da deflação dos valores nominais correntes da receita bruta de revendapor índices de preços específicos para cada grupo de atividade, e para cada Unidade da Federação, construídos a partir dos relativos de preços do IPCA e do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI. A pesquisa também avalia apenas empresas com 20 ocupados ou mais.


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