Diante da conjuntura econômica instável do Brasil, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), sofreu um recuo de 11,1% em junho, tendo como referência os resultados do mesmo período do ano passado. Essa foi a 11ª queda consecutiva do ICC. Já a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também medida pela FecomercioSP, caiu 2,2% no mesmo período.
Na variação mensal, em relação a maio de 2025, o nível de confiança contou com variação positiva de 1%, enquanto o ICF teve alta de 0,9%. Em uma escala de 0 a 200 pontos, o ICC está em 112,9 e o ICF em 105,1 — ambos ainda dentro da zona considerada otimista, mas longe de indicar retomada sólida.
Segundo a FecomercioSP, a leve melhora mensal ainda não representa reversão de tendência. A análise destaca que as incertezas fiscais, a inflação persistente (especialmente no setor de serviços), o crédito caro e o elevado comprometimento da renda com dívidas dificultam o consumo, sobretudo de bens duráveis. A expansão dos gastos públicos e a ausência de reformas estruturais, como a Administrativa, elevam a percepção de risco e limitam as expectativas.
Esse contexto leva as famílias paulistanas a adotarem comportamento mais conservador: priorizam itens essenciais, adiam compras de maior valor e buscam alternativas mais acessíveis no mercado.