Espaço Publicitário

Após ter gerado quase mil postos de trabalho em julho e agosto, o mercado de trabalho do comércio varejista de material de construção da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) viu seu ritmo de crescimento arrefecer em setembro. Pelos últimos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) foram criados no mês 642 vagas, após 3.363 admissões e 2.721 desligamentos. Com isso o estoque total das atividades chegou a quase 89,9 mil vínculos empregatícios. Na cidade de São Paulo o saldo se mostrou positivo em 377 vagas, menor patamar desde junho.

Evolução do saldo de empregos do varejo de materiais de construção – RMSP e São Paulo/SP

Fonte: Caged

Dentre as nove atividades observadas, destaques em setembro às lojas de material de construção em geral (+262 vagas) e estabelecimento varejistas que comercializam ferragens e ferramentas (+146 vagas). Por outro lado, os segmentos de cal, areia, pedra, tijolos e telhas (-13 vagas) e de materiais hidráulicos (-5 vagas) amargaram período com mais desligamentos que admissões.

Considerando o desempenho acumulado de 2021, de janeiro a setembro, há evolução de 7.366 vagas. “Já nos últimos doze meses, de outubro de 2020 a setembro de 2021, o saldo é positivo em mais de 9,4 mil empregos, significativo, mas abaixo dos doze meses encerrados no mês anterior”, comenta o economista Jaime Vasconcellos. Ainda assim, todos os setores evoluíram nos últimos doze meses, com destaque aos avanços absolutos de vagas no varejo de materiais de construção em geral (+4.117 vagas) e de ferragens e ferramentas (+1.869 vagas).

Os números do emprego, mais arrefecidos, mostram tendência já vista de desempenho ruim no volume de vendas do segmento comercial de materiais de construção. A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já apresentou que em agosto o volume de vendas da atividade variou negativamente em 4,7% na comparação do mesmo mês de 2020. Vendas menores, investimento menor.

“Em si, a queda de 35% do saldo positivo entre agosto e setembro na RMSP não preocupa, pois houve razoável saldo positivo de vagas e já se esperava acomodação da demanda frente a reabertura de demais segmentos econômicos, com o controle maior da pandemia, e devido a uma conjuntura desafiadora ao consumo, com inflação, juros e endividamento familiar elevado”, avalia Jaime. Todavia, há de se ligar o sinal amarelo se esta tendência se manter nos próximos meses, principalmente antes de dezembro, dado o tradicional direcionamento de renda ao pagamento de dívidas, viagens e presentes. “É razoável dizer que uma acomodação dos significativos números do segmento de materiais de construção ocorrerá, nos cabe analisar mês a mês o tamanho deste processo”, finaliza.


Espaço Publicitário