Parece que o otimismo tomou conta da construção civil. Pelo quarto mês consecutivo, o Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas (FGV), contou com elevação. Em outubro, o indicador teve um aumento de 3,7 pontos e atingiu os 95,2 pontos – o maior valor desde março de 2014 (96,3 pontos).
Diante desse resultado, Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE, comenta que o ambiente de negócios para as empresas do setor já é mais favorável que o registrado antes do início do isolamento social determinado pela pandemia. Em sua opinião, enquanto o mercado imobiliário está sendo impulsionado pelas taxas de juros em níveis historicamente baixos, a infraestrutura se beneficia dos investimentos das prefeituras e das recentes mudanças regulatórias. “O impacto na atividade mal começou a se evidenciar no mercado de trabalho, mas a percepção positiva dos empresários do segmento de Preparação de Terrenos sinaliza continuidade e fortalecimento desse movimento de recuperação”, avalia.
Limitantes
Os grandes obstáculos enfrentados pelo segmento têm sido a escassez e custo dos materiais – realidade compartilhada com o comércio varejista de material de construção. Em outubro, entre as principais limitações citadas para a melhoria dos negócios, destaca-se o Custo da Matéria-Prima com o maior percentual de citações da série histórica da sondagem (20,7%) – iniciada em julho de 2010. O problema com fornecimento de insumos também se evidencia nas assinalações de Escassez de Materiais (9,3%).
O problema de preços dos materiais pode ser melhor dimensionado com os dados do Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), da FGV, que contou com uma variação positiva em outubro de 1,69%. No ano, o INCC-M acumula alta de 6,34% e, nos últimos doze meses, elevação de 6,64%. Vale lembrar que a taxa do índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços passou de 2,40% em setembro para 3,37% em outubro.
A Fundação Getúlio Vargas verificou ainda que a variação do INCC-M na capital paulista superou a média nacional e chegou aos 1,85% em outubro.
Em relação às categorias, os maiores aumentos foram os seguintes: material metálico (9,49%), hidráulica (9,07%), esquadrias e ferragens (5,26%), elétrica (5,03%) e material à base de minerais não metálicos (2,65%). Elétrica e hidráulica, segundo os dados coletados, subiram nos últimos doze meses 28,78% e 24,5%, respectivamente.
A liderança na majoração em outubro ficou a cargo de tubos e conexões de PVC, com 16,28%, seguido por vergalhões e arames (10,54%), tubos e conexões de ferro e aço (7,62%), esquadrias de alumínio (7,07%) e tijolos e telhas cerâmicas (5,31%).
