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Dados coletados pela Serasa mostram que houve um crescimento na busca por recursos financeiros por consumidores e empresas brasileiras em maio, tendo como referência o mesmo período do ano passado. No caso das pessoas físicas, a elevação foi impulsionada pela camada que recebe até dois salários mínimos: alta de 10,6%. No entanto, as camadas com rendimentos acima de 10 salários mínimos também contaram com crescimento de 9,9% no interesse por empréstimos. 

A economista Camila Abdelmalack explica que a elevação na busca por crédito entre consumidores com renda de mais de 10 salários mínimos reforça uma tendência relevante: o crédito passou a ser uma ferramenta estratégica, não apenas para suprir emergências financeiras, mas também para manter o padrão de consumo e reorganizar o orçamento familiar. “O crescimento de 9,9% nessa faixa de renda mostra que mesmo quem está fora da base da pirâmide sente os efeitos do encarecimento do custo de vida, como inflação persistente em serviços e juros ainda elevados”, ressalta.

No caso das empresas, a alta na demanda teve como principal incentivo a classe dos micro e pequenos negócios. No geral, a procura avançou 16,4% em maio em relação ao mesmo mês de 2024. Já as MPEs registraram um crescimento de 16,7%. Camila, economista da Serasa, avalia que “a variação anual reflete um crescimento considerável, embora seja importante observar que o mesmo mês de 2024 registrou uma queda atípica, provavelmente devido à emenda do feriado de Corpus Christi, o que resultou em uma base de comparação mais baixa e, portanto, ampliou o impacto da alta observada neste ano”. 

Vale a pena lembrar ainda que as empresas médias tiveram uma elevação de 6,9% na busca por crédito e as empresas grandes, de apenas 2,9%. “Mesmo com juros em patamar elevado, o crédito segue sendo uma ferramenta crucial para os micro e pequenos negócios, que muitas vezes recorrem a essa alternativa para se manter funcionando e honrar compromissos financeiros”, pontua Camila. “O aumento da demanda pode, inclusive, estar relacionado à tentativa de reequilibrar o fluxo de caixa diante de uma situação de inadimplência, que atinge 6,9 milhões de pequenos empreendimentos no país”.


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