88 empregos com carteira assinada foram criados pelo varejo de material de construção da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) no último mês de maio, segundo o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Ao todo, 3.780 admissões foram registradas contra 3.692 desligamentos. Com esse resultado, o estoque formado pelo setor ficou em 96.650 vínculos empregatícios ativos. Na capital paulista houve retração de nove vagas em maio.
Como pode ser observado no gráfico abaixo, a última edição do Novo Caged revela que ambos os territórios, o município de São Paulo e RMSP, se posicionaram abaixo dos saldos positivos registrados tanto no mês anterior, quanto também em maio de 2024.
Evolução do saldo de empregos do varejo de material de construção – RMSP e São Paulo/SP
Fonte: Novo Caged
Praticamente a totalidade do saldo positivo de maio se deve ao varejo de material de construção em geral, que sozinho gerou 86 vagas. Bons resultados também foram notados no comércio varejista de tintas e materiais para pintura (+31 vagas) e no comércio de vidros (+16 vagas).
Com este novo avanço mensal de empregabilidade, é possível verificar que no acumulado de janeiro a maio de 2025 o desempenho setorial chegou aos 904 novos postos de trabalho. Ao todo, foram 19.900 admissões e 18.996 desligamentos. Os maiores saldos absolutos, neste caso, são dos ramos de materiais elétricos (+178 vagas) e de ferragens e ferramentas (+188 vagas).
Para o economista Jaime Vasconcellos, o resultado de maio manteve a trajetória crescente do mercado de trabalho do segmento na Região Metropolitana de São Paulo. “Ainda assim, houve desaceleração na comparação ao mês anterior (abril/25) e também em relação ao crescimento registrado em maio do ano passado”, pontua. E complementa: “Tal realidade demonstra, por um lado, que ainda há resiliência do mercado de trabalho, que responde positivamente a uma demanda sustentada pela renda das famílias, puxada pelo próprio mercado de trabalho aquecido (inclusive de outros setores econômicos) e pelo avanço do crédito no país”.
Ele lembra que, por outro lado, se vê um enfraquecimento do ritmo de expansão desta empregabilidade. “São os efeitos da atual e persistente inflação e devido ao cenário de juros altos, que diminuem, respectivamente, o poder de compra e renda familiar disponível para novos consumos”. É um período de desafio aos consumidores, que se transfere à performance de vendas dos estabelecimentos comerciais e a capacidade deles em gerar novos postos de trabalho. “Temos, portanto, uma tendência de arrefecimento esperada e que realmente vai se consolidando”, finaliza.