Depois de apresentar estabilidade em abril, o custo médio total do metro quadrado da construção civil no Estado de São Paulo voltou a apresentar uma evolução mensal mais significativa, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em maio, o aumento foi de 0,32%, levando o gasto por metro quadrado a atingir os R$1.921,05. Esse desempenho é superior ao crescimento médio dos preços em abril, período no qual o indicador contou com uma elevação de 0,02%. O resultado também ficou acima do registrado em maio do ano passado, quando o índice variou positivamente 0,06%.
Evolução mensal do custo médio m² da construção civil paulista (%)
Fonte: Sinapi/IBGE
O crescimento de 0,32% em maio significou um aumento de R$6,08 em relação ao custo médio total do metro quadrado da obra em abril. Para alcançar esse patamar, R$6,80 do custo mensurado teve como origem o componente “materiais de construção”, ou 0,65% de aumento, atingindo um total de R$1.048,38 por metro quadrado. Já o componente “mão de obra” deflacionou o indicador em 0,08%, ou menos R$0,72 por metro quadrado, e totalizou um valor de R$872,67.
Em doze meses, o índice que mede a variação da construção civil no Estado de São Paulo acumula alta de 5,40% ou R$98,38 por metro quadrado do projeto. Destes, R$56,10 do aumento vieram dos materiais de construção e R$42,28, do custo com a mão de obra.
Evolução do custo médio por m² da construção, por componentes: Estado de São Paulo (R$)
Fonte: Sinapi/IBGE
O economista Jaime Vasconcellos avalia que os números de maio ficaram dentro da expectativa. “Não se esperava nova estabilidade, conforme vista em abril”, afirma. “A variação vinda unicamente do gasto com material de construção era outro fato aguardado, uma vez que é a partir de junho, devido a processos negociais, o valor direcionado a mão de obra deverá sofrer uma variação mais substancial”.
Em sua opinião, a evolução do custo com a construção civil no Estado de São Paulo tem acompanhado o que ocorre em geral com os índices de preços aos consumidores brasileiros, que vivenciam uma inflação persistente, a despeito do aperto da política monetária com o aumento dos juros. “O que se vê é uma resiliência do consumo das famílias, que têm mantido a economia doméstica aquecida e que, com isso, também mantém certa pressão nos preços”, finaliza.