Mesmo com um cenário macroeconômico desafiador, o comércio conseguiu se destacar entre as pequenas e médias empresas (PMEs) em fevereiro. Segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), o faturamento do setor avançou 13,1% na comparação anual, puxado principalmente pelo atacado. No varejo, o avanço foi mais tímido, de 1,2%, com destaque para artigos de viagem, equipamentos de escritório e livros.
No geral, o faturamento das PMEs ficou praticamente estável em fevereiro, com alta de 0,3% em relação ao mesmo mês de 2024, após dois meses seguidos de queda. No acumulado do primeiro bimestre, o desempenho ainda é negativo, com recuo de 0,6%. A indústria segue em retração, com queda de 7% no mês, enquanto serviços registraram leve alta de 0,6%. A infraestrutura cresceu 2,1%, mas com sinais mistos dentro do setor.
De acordo com o economista Felipe Beraldi, da Omie, o consumo das famílias continua enfraquecido, afetando diretamente o desempenho das PMEs. Ele aponta a inflação, os juros altos e a queda na confiança do consumidor como fatores que limitam o crescimento do setor, especialmente em serviços e construção civil.
Mesmo com esse ambiente adverso, o comércio se mantém como motor de sustentação para os pequenos e médios negócios. A expectativa, segundo Beraldi, é de que a recuperação em 2025 ocorra de forma lenta e em linha com o ritmo da economia geral, cuja projeção de crescimento é de 2% no ano.
