O final de ano é sempre um período capaz de criar bastante expectativa para os empresários do varejo em função da possibilidade de aumento nas vendas e nos lucros, com Black Friday, Natal e Ano Novo. No entanto, diante da situação instável da economia brasileira, muitos consumidores não se mostram muito otimistas. É o que mostra o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que contou com recuo de 8,9%, em outubro, quando comparado ao mesmo período do ano passado. O indicador caiu de 132,8 pontos em 2023 para 121 pontos neste ano. No comparativo mensal, a retração foi de 1,8%
ÍNDICE DE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR (ICC)
12 meses
Fonte: FecomercioSP
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), índice também produzido pela FecomercioSP, teve igualmente um desempenho frustrante: queda de 6,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, chegando a 104,8 pontos. Na comparação mensal, o ICF apresentou uma retração de 1,1% – cenário que revela um consumidor mais cauteloso, principalmente entre as famílias de menor renda.
ÍNDICE DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS (ICF)
12 meses
Fonte: FecomercioSP
Para a FecomercioSP, os indicadores refletem uma transição do cenário econômico que contrasta com o otimismo observado no período pós-pandemia, marcado pela recuperação econômica e por estímulos fiscais. “Além disso, o aumento da Selic e o encarecimento do crédito têm enfraquecido o consumo, em especial entre as famílias menos abastadas”.
Por essa razão, os empresários do setor precisam adaptar suas estratégias no final do ano, principalmente quando os assuntos são promoções, liquidações e gestão de estoques, uma vez que existe mais cautela por parte das pessoas em relação ao futuro. “Mesmo com a inflação e o nível de desemprego controlados, além das expectativas do consumo desse período (com a Black Friday e o Natal), há uma queda da confiança dos consumidores em decorrência da incerteza acerca do cenário econômico, inclusive de possíveis ajustes na política monetária”, alerta o estudo da entidade.